Copiei tudo daqui, ó: http://fatosnovosnovasideias.wordpress.com/2010/08/06/a-voz-do-professor/
"E o salário, ó"
Por
Milena Caldeira
Veja como professora calou deputados:
http://youtu.be/yFkt0O7lceA
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De 24-12-10:
Desabafo: "Transformam a vocação do professor numa piada"
Por Marcilon Oliveira
Desculpem-me,amigos mas ando azedando…
Dizer que o salário dos professores é uma prioridade tornou-se moda ou algo politicamente decente…
O Lula chegou a afirmar que “é melhor um professor bem pago dando aula sob uma árvore, a dar aula em prédios luxuosos recebendo migalhas…”
Portanto…
Não se trata de ter boas e convincentes FALAS, quero ver ação!!!
Nossa devoção está com os dias contados!!!
O Lula sai sem ter implantado, ou pelo menos nos mostrado o que, de fato, é esse Fundeb.
Continuamos com salários pífios, desvalorizados socialmente e o pior, sem nenhuma crença
que algum governo realmente tenha decência de nos tratar com o valor que temos.
O tal Piso veio simplesmente instituir e legalizar a indecência de governos lacaios que agora fazem propaganda eleitoral com a miséria que pagam aos professores.
ISSO É DESPREZÍVEL!!!
Somos uma categoria vitimada por uma sociedade violenta e desprovida de instrumentos que ergam os valores humanos. Estamos acuados em uma prática arcaica imposta por uma clientela que mal sabe ler ao passo que temos que mostrar resultados satisfatórios para o poder no tocante a aprendizagem desse aluno, hoje já viciado com a cultura do “passa de todo jeito.”
O estado de Pernambuco é pioneiro em inventos; agora determina que cumpramos quase oito expedientes mas não fala em remuneração decente. SOMOS, EM PERNAMBUCO, OS PROFESSORES QUE RECEBEM O PIOR SALÁRIO DA FEDERAÇÃO.
E isso deveria envergonhar a classe política, a sociedade civil organizada e nós,
os mais desvalorizados da União, deveríamos nos mobilizar mais, corrermos mais atrás de algum respeito…
Tribunais Superiores que tiveram seus vencimentos acrescidos em quase 120% não vão, certamente, considerar a luta de professores algo digno ou legítimo. Estão comprometidos com poder silenciador ou mesmo denunciativo imposto por seus alucinantes salários…
Resta-nos a luta, mesmo que esta seja combatida por esses tiranos que sempre sentenciam nossas causas como ilegítimas…
Este estado de coisas me faz crer que minha vocação é algo descabidamente doloroso, e dói mais ainda ver que raríssimos jovens querem seguir, hoje, uma profissão tão nobre.
Marcilon Oliveira é efetivo em Itambé, Pernambuco.
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A degradação do nível do ensino
Por
Paula Rempel
Meus amigos, família e colegas professores e professoras,
O Brasil sempre teve mania de adotar políticas educacionais usadas nos Estados Unidos. O que eles APLICAVAM LÁ, O Brasil copiava cá. Há vinte anos, nós professores estamos denunciando que esse tipo de ensino não tava funcionando p/ as nossas crianças. Mas Covas, José Serra e Alckmin NUNCA nos ouviram. Eles simplesmente lançavam, jogavam em cima de nós professores e nos obrigava a cumprir. Nunca participamos de debates ou questões relacionadas ao ensino. Engenheiros, economistas, esses sim, eram e ainda são os únicos ouvidos. Como já denunciei aqui em outros emails, o sistema falhou. Esse método baseado na MERITOCRACIA, não funcionou. Os senhores já mencionados nesse texto acabaram com, a educação paulista. Hoje temos várias gerações de alunos apenas alfabetos funcionais. Sabem assinar o nome, lêem com dificuldade, não sabem interpretar um texto, logo têm dificuldade p/ resolução de problemas e resolver questões simples que deveriam ajudá-lo na vida diária. Os governos do PSDB de SP copiaram a metodologia americana, insistiram no erro mesmo sendo advertidos pelos professores na figura dos sindicatos e o resultado está aí. Depois de 20 anos, a americana Diane Ravitch, criadora do método da meritocracia, testes padronizados, responsabilização do professor pelo desempenho do aluno nos Estados Unidos, se diz arrependida e que o método NÃO FUNCIONOU.
E agora Serra? E agora Alckmin? O que vocês têm a dizer a sociedade sobre isso? Terão ao menos a dignidade de admitir que os professores paulistas estavam certos? Professores conhecem cada um dos seus alunos. Sabem que o ensino não pode ser padronizado, que o processo ensino aprendizagem é muito complexo e que, deve-se respeitar o tempo individual de cada aluno. Que a padronização é excludente porque nivela todos alunos no mesmo patamar de aprendizagem.
Poderia ficar horas aqui argumentando sobre esse erro histórico cometido pela gestão do PSDB por quase 20 anos, mas me estender deixaria o texto longo e cansativo para quem não é da área da educação e até mesmo para os meus colegas professores, pois, para eles nada do que acabo de escrever aqui não é novidade.
Por favor leiam o texto abaixo e divulguem.
Do JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO (02/08/2010):
Meritocracia não melhora nível de ensino
A americana Diane Ravitch, criadora do modelo de educação baseado em metas, testes padronizados, responsabilização do professor pelo desempenho do aluno e fechamento de escolas mal avaliadas – bandeiras hoje levantadas em em São Paulo, se diz arrependida.
Simone Iwasso – O Estado de S. Paulo e JT
Uma das principais defensoras da reforma educacional americana – baseada em metas, testes padronizados, responsabilização do professor pelo desempenho do aluno e fechamento de escolas mal avaliadas – mudou de ideia. Após 20 anos defendendo um modelo que serviu de inspiração para outros países, entre eles o Brasil, Diane Ravitch diz que, em vez de melhorar a educação, o sistema em vigor nos Estados Unidos está formando apenas alunos treinados para fazer uma avaliação.
Secretária-adjunta de Educação e conselheira do secretário de Educação na administração de George Bush, Diane foi indicada pelo ex-presidente Bill Clinton para assumir o National Assessment Governing Board, instituto responsável pelos testes federais. Ajudou a implementar os programas No Child Left Behind e Accountability, que tinham como proposta usar práticas corporativas, baseadas em medição e mérito, para melhorar a educação.
Suas revisão de conceitos foi apresentada no livro The Death and Life of the Great American School System (a morte e a vida do grande sistema escolar americano), lançado no mês passado nos EUA. O livro, sem previsão de edição no Brasil, tem provocado intensos debates entre especialistas e gestores americanos. Leia entrevista concedida por Diane ao Estado.
Por que a senhora mudou de ideia sobre a reforma educacional americana?
Eu apoiei as avaliações, o sistema de accountability (responsabilização de professores e gestores pelo desempenho dos estudantes) e o programa de escolha por muitos anos, mas as evidências acumuladas nesse período sobre os efeitos de todas essas políticas me fizeram repensar. Não podia mais continuar apoiando essas abordagens. O ensino não melhorou e identificamos apenas muitas fraudes no processo.
Em sua opinião, o que deu errado com os programas No Child Left Behind e Accountability?
O No Child Left Behind não funcionou por muitos motivos. Primeiro, porque ele estabeleceu um objetivo utópico de ter 100% dos estudantes com proficiência até 2014. Qualquer professor poderia dizer que isso não aconteceria ? e não aconteceu. Segundo, os Estados acabaram diminuindo suas exigências e rebaixando seus padrões para tentar atingir esse objetivo utópico. O terceiro ponto é que escolas estão sendo fechadas porque não atingiram a meta. Então, a legislação estava errada, porque apostou numa estratégia de avaliações e responsabilização, que levou a alguns tipos de trapaças, manobras para driblar o sistema e outros tipos de esforços duvidosos para alcançar um objetivo que jamais seria atingido. Isso também levou a uma redução do currículo, associado a recompensas e punições em avaliações de habilidades básicas em leitura e matemática. No fim, essa mistura resultou numa lei ruim, porque pune escolas, diretores e professores que não atingem as pontuações mínimas.
Qual é o papel das avaliações na educação? Em que elas contribuem? Quais são as limitações?
Avaliações padronizadas dão uma fotografia instantânea do desempenho. Elas são úteis como informação, mas não devem ser usadas para recompensas e punições, porque, quando as metas são altas, educadores vão encontrar um jeito de aumentar artificialmente as pontuações. Muitos vão passar horas preparando seus alunos para responderem a esses testes, e os alunos não vão aprender os conteúdos exigidos nas disciplinas, eles vão apenas aprender a fazer essas avaliações. Testes devem ser usados com sabedoria, apenas para dar um retrato da educação, para dar uma informação. Qualquer medição fica corrompida quando se envolve outras coisas num teste.
Na sua avaliação, professores também devem ser avaliados?
Professores devem ser testados quando ingressam na carreira, para o gestor saber se ele tem as habilidades e os conhecimentos necessários para ensinar o que deverá ensinar. Eles também devem ser periodicamente avaliados por seus supervisores para garantir que estão fazendo seu trabalho.
Na sua avaliação, professores também devem ser avaliados?
Professores devem ser testados quando ingressam na carreira, para o gestor saber se ele tem as habilidades e os conhecimentos necessários para ensinar o que deverá ensinar. Eles também devem ser periodicamente avaliados por seus supervisores para garantir que estão fazendo seu trabalho.
E o que ajudaria a melhorar a qualidade dos professores?
Isso depende do tipo de professor. Escolas precisam de administradores experientes, que sejam professores também, mais qualificados. Esses profissionais devem ajudar professores com mais dificuldades.
Com base nos resultados da política educacional americana, o que realmente ajuda a melhorar a educação?
As melhores escolas têm alunos que nasceram em famílias que apoiam e estimulam a educação. Isso já ajuda muito a escola e o estudante. Toda escola precisa de um currículo muito sólido, bastante definido, em todas as disciplinas ensinadas, leitura, matemática, ciências, história, artes. Sem essa ênfase em um currículo básico e bem estruturado, todo o resto vai se resumir a desenvolver habilidades para realizar testes. Qualquer ênfase exagerada em processos de responsabilização é danosa para a educação. Isso leva apenas a um esforço grande em ensinar a responder testes, a diminuir as exigências e outras maneiras de melhorar a nota dos estudantes sem, necessariamente, melhorar a educação.
O que se pode aprender da reforma educacional americana?
A reforma americana continua na direção errada. A administração do presidente Obama continua aceitando a abordagem punitiva que começamos no governo Bush. Privatizações de escolas afetam negativamente o sistema público de ensino, com poucos avanços de maneira geral. E a responsabilização dos professores está sendo usada de maneira a destruí-los.
Quais são os conceitos que devem ser mantidos e quais devem ser revistos?
A lição mais importante que podemos tirar do que foi feito nos Estados Unidos é que o foco deve ser sempre em melhorar a educação e não simplesmente aumentar as pontuações nas provas de avaliação. Ficou claro para nós que elas não são necessariamente a mesma coisa. Precisamos de jovens que estudaram história, ciência, geografia, matemática, leitura, mas o que estamos formando é uma geração que aprendeu a responder testes de múltipla escolha. Para ter uma boa educação, precisamos saber o que é uma boa educação. E é muito mais que saber fazer uma prova. Precisamos nos preocupar com as necessidades dos estudantes, para que eles aproveitem a educação.
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