Pesquisar este blog

sexta-feira, 29 de abril de 2011

“Admirável Mundo Novo” x “1984″

Copiado e editado daqui: http://entropia.blog.br/2011/04/14/orwell-huxley-um-ensaio-distopico/

"Em 1932 Aldous Huxley escreveu a distopia “Admirável Mundo Novo” e em 1949 George Orwell escreveu “1984″. Huxley descreve um mundo futurista com um país transcontinental, onde os indivíduos são todos de proveta e manipulados geneticamente para que se encaixem em determinada casta e nela permaneça satisfeito por toda vida. No mundo de Aldous, a luxuria e o prazer são extremamente estimulados e não existem vínculos afetivos, que são combatidos com o estimulo à busca individual pela auto-realização. Neste mundo hipotético, vive-se para o consumo e o prazer. Depressões e pensamentos “negativos”, inclusive os de solidariedade, são combatidos com drogas de consumo livre e estimulado. Em Admirável Mundo Novo, existem países que não foram “civilizados” onde sua sociedade, dita selvagem, constrói famílias e vínculos afetivos de forma natural, os sentimentos de solidariedade, família e pertinência são muito comuns no mundo dos selvagens.
Em 1984 o mundo futurístico também é compostos por países transcontinentais, e o cenário é de total vigilantismo e totalitarismo. Todas as residências são vigiadas pela “teletela” que pela descrição se assemelha à uma TV que também transmite audio e video à uma central, livros e a escrita privada eram proibidos. Ao contrário do cenário de Huxley, o de Orwell prevê a manutenção da estrutura familiar, e coíbe veemente a luxuria e o prazer. No mundo de Orwell todos trabalham pelo coletivo e em sua maioria são funcionários do Estado. O lazer é coletivo, cidadãos são praticamente obrigados a frequentarem clubes públicos, da mesma forma que são obrigados à assistirem os discursos do “Grande Irmão”, que parece ser um personagem criado para representar o lider supremo, mas que ninguém nunca viu o rosto. Assim como a vida não tem valor algum na distopia de Huxley, na de Orwell ela além de não ter valor, corre o risco de nunca ter existido, pois o Ministério da Verdade, tem por função apagar os registros históricos em todos os meios, de pessoas e fatos que possam colocar o regime do Grande Irmão em risco.
Se analisarmos pela ótica econômica, o mundo de Huxley é o pior cenário do capitalismo, enquanto que o mundo de Orwell o pior do socialismo.
No século XXI, ou melhor na sociedade pós-moderna, o capitalismo segue em franca atividade, apesar da crise de 2008, por conta do consumismo insano, que leva a sociedade a ver no consumo seu maior objetivo de vida, quase uma religião. As pessoas são avaliadas por seus padrões de consumo e o processo de obsolescência programada e percebida criam constantemente signos e indicadores que acabam expondo quem esta ou não dentro destes padrões. O sistema financeiro sustenta a vida útil deste sistema perverso, adicionando novos entrantes sempre que necessários.
Neste sistema que corrompe e aprisiona, seus participantes lembram os hamsters que giram as rodas em suas gaiolas na expectativa de encontrarem o seu final, tal como a maldição de Sisifo. Presos neste sistema, pouco tempo sobra para os valores realmente importantes da vida. Nossos filhos ainda não são produzidos em escala industrial como na distopia de Huxley, mas os prisioneiros do consumismo estão sempre terceirizando o afeto e educação de seus filhos, e de quebra estão minando os laços afetivos, que passam a ser substituídos por laços de consumo. Troca-se o afeto pelos presentes, estamos ensinando desde cedo a nossos filhos que o consumo é ainda mais importante que as relações cosanguineas, e que fazer girar a roda de Sisifo é a tarefa mais importante de todas, custe o que custar! Não sei dizer se o alto índice de divórcios se deve ao rompimento com valores conservadores ou se hoje também tratamos nossos pares como produtos.
Constatar que nossa sociedade trata pessoas como bens de consumo, e laços afetivos estão cada vez mais enfraquecidos, potencializados por relações hedonicamente fúteis e luxuriosas, nos leva a pintar um cenário muito parecido com o de Huxley, quanto mais se adicionarmos o estilo de vida citado nos parágrafos anteriores.
Paradoxalmente, o capitalismo tido como o grande paladino que iria salvar a humanidade do totalitarismo do socialismo, tem se tornado cada vez mais um regime totalitário, mas como isto pode acontecer?
Se levarmos em conta que das 100 maiores economias do planeta, 51 são corporações, não temos mais dúvidas de que elas estão se tornando muito mais poderosas que as nações, sobrepujando de forma cruel os três poderes do Estado.
Este cenário promete ficar ainda pior, pois vários especialistas estão prevendo o crescimento ainda maior das corporações, que tenderão a se tornar “mega corporações”, e com isto poderão ter um poder praticamente ilimitado. Mas existe o poder da e-Cidadania para contrapor-se a isto, a sociedade conectada esta compartilhando conhecimento, arte, entretenimento, e até mesmo amor e compaixão sem a necessidade do intermediário, ou não? Redes sociais também são corporações e para piorar o cenário, os servidores raiz de DNS da Internet estão subordinados à OMC!
Estamos sendo manipulados, estão nos dando linha como uma pipa que sobe ao sabor dos ventos ascendentes? O poder corporativo poderá de uma hora para outra apertar um botão e desconectar os e-cidadãos? De que lado estão as corporações online, e de quem é o conteúdo que produzimos e publicamos online nestas redes sociais?
Estamos caminhando para um novo totalitarismo, o totalitarismo do capital, e o poder corporativo sabe que desarticular a e-cidadania não é tão simples como mandar desligar os servidores raiz. Por esta razão cria-se, com a ajuda laborosa da mídia mainstream. o momento Hobbesiano com o objetivo claro de fazer crer que a Internet é um espaço sem lei, para forçar o Estado a criar formas de controla-lo. O poder corporativo só não mandou desligar a Internet porque assim como a sociedade ele também depende dela, e depende de um rígido sistema de controle de propriedade intelectual e industrial para impedir que os e-cidadãos deixem de ser seus parasitas e volte a parasita-los livremente."


Texto completo:

quarta-feira, 27 de abril de 2011

[TV Globo] Revelações do ex-funcionário Rodrigo Vianna

O jornalista Rodrigo Vianna, do Escrevinhador e da TV Record, trabalhou durante 12 anos no jornalismo da TV Globo. Em 2006, logo após as eleições, ele soube que seu contrato não seria renovado. Escreveu uma carta aos colegas, que republico a seguir:

Íntegra da carta do repórter Rodrigo Vianna (foto) publicada no Terra Magazine, e já circulando na internet:

Quando cheguei à TV Globo, em 1995, eu tinha mais cabelo, mais esperança, e também mais ilusões. Perdi boa parte do primeiro e das últimas. A esperança diminuiu, mas sobrevive. Esperança de fazer jornalismo que sirva pra transformar - ainda que de forma modesta e pontual. Infelizmente, está difícil continuar cumprindo esse compromisso aqui na Globo. Por isso, estou indo embora.

Quando entrei na TV Globo, os amigos, os antigos colegas de Faculdade, diziam: "você não vai agüentar nem um ano naquela TV que manipula eleições, fatos, cérebros". Agüentei doze anos. E vou dizer: costumava contar a meus amigos que na Globo fazíamos - sim - bom jornalismo. Havia, ao menos, um esforço nessa direção.

Na última década, em debates nas universidades, ou nas mesas de bar, a cada vez que me perguntavam sobre manipulação e controle político na Globo, eu costumava dizer: "olha, isso é coisa do passado; esse tempo ficou pra trás".

Isso não era só um discurso. Acompanhei de perto a chegada de Evandro Carlos de Andrade ao comando da TV, e a tentativa dele de profissionalizar nosso trabalho. Jornalismo comunitário, cobertura política - da qual participei de 98 a 2006. Matérias didáticas sobre o voto, sobre a democracia. Cobertura factual das eleições, debates. Pode parecer bobagem, mas tive orgulho de participar desse momento de virada no Jornalismo da Globo.

Parecia uma virada. Infelizmente, a cobertura das eleições de 2006 mostrou que eu havia me iludido. O que vivemos aqui entre setembro e outubro de 2006 não foi ficção. Aconteceu.

Pode ser que algum chefe queira fazer abaixo-assinado para provar que não aconteceu. Mas, é ruim, hem!

Intervenção minuciosa em nossos textos, trocas de palavras a mando de chefes, entrevistas de candidatos (gravadas na rua) escolhidas a dedo, à distância, por um personagem quase mítico que paira sobre a Redação: "o fulano (e vocês sabem de quem estou falando) quer esse trecho; o fulano quer que mude essa palavra no texto".

Tudo isso aconteceu. E nem foi o pior.

Na reta final do primeiro turno, os "aloprados do PT" aprontaram; e aloprados na chefia do jornalismo global botaram por terra anos de esforço para construir um novo tipo de trabalho aqui.

Ao lado de um grupo de colegas, entrei na sala de nosso chefe em São Paulo, no dia 18 de setembro, para reclamar da cobertura e pedir equilíbrio nas matérias: "por que não vamos repercutir a matéria da "Istoé", mostrando que a gênese dos sanguessugas ocorreu sob os tucanos? Por que não vamos a Piracicaba, contar quem é Abel Pereira? "

Por que isso, por que aquilo... Nenhuma resposta convincente. E uma cobertura desastrosa. Será que acharam que ninguém ia perceber?

Quando, no JN, chamavam Gedimar e Valdebran de "petistas" e, ao mesmo tempo, falavam de Abel Pereira como empresário ligado a um ex-ministro do "governo anterior", acharam que ninguém ia achar estranho?

Faltando seis dias para o primeiro turno, o "petista" Humberto Costa foi indiciado pela PF. No caso dos vampiros. O fato foi parar em manchete no JN, e isso era normal. O anormal é que, no mesmo dia, esconderam o nome de Platão, ex-assessor do ministério na época de Serra/Barjas Negri. Os chefes sabiam da existência de Platão, pediram a produtores pra checar tudo sobre ele, mas preferiram não dar. Que jornalismo é esse, que poupa e defende Platão, mas detesta Freud! Deve haver uma explicação psicanalítica para jornalismo tão seletivo!

Ah, sim, Freud. Elio Gaspari chegou a pedir desculpas em nome dos jornalistas ao tal Freud Godoy. O cara pode ter muitos pecados. Mas, o que fizemos na véspera da eleição foi incrível: matéria mostrando as "suspeitas", e apontando o dedo para a sala onde ele trabalhava, bem próximo à sala do presidente... A mensagem era clara. Mas, quando a PF concluiu que não havia nada contra ele, o principal telejornal da Globo silenciou antes da eleição.

Não vi matérias mostrando as conexões de Platão com Serra, com os tucanos.

Também não vi (antes do primeiro turno) reportagens mostrando quem era Abel Pereira, quem era Barjas Negri, e quais eram as conexões deles com PSDB. Mas vi várias matérias ressaltando os personagens petistas do escândalo. E, vejam: ninguém na Redação queria poupar os petistas (eu cobri durante meses o caso Santo André; eram matérias desfavoráveis a Lula e ao PT, nunca achei que não devêssemos fazer; seria o fim da picada...).

O que pedíamos era isonomia. Durante duas semanas, às vésperas do primeiro turno, a Globo de São Paulo designou dois repórteres para acompanhar o caso dossiê: um em São Paulo, outro em Cuiabá. Mas, nada de Piracicaba, nada de Barjas.!

Um colega nosso chegou a produzir, de forma precária, por telefone (vejam, bem, por telefone! Uma TV como a Globo fazer reportagem por telefone), reportagem com perfil do Abel. Foi editada, gerada para o Rio. Nunca foi ao ar!

Os telespectadores da Globo nunca viram Serra e os tucanos entregando ambulâncias cercados pelos deputados sanguessugas. Era o que estava na tal fita do "dossiê". Outras TVs mostraram o vídeo, a internet mostrou. A Globo, não. Provava alguma coisa contra Serra? Não. Ele não era obrigado a saber das falcatruas de deputados do baixo clero. Mas, por que demos o gabinete de Freud pertinho de Lula, e não demos Serra com sanguessugas?

E o caso gravíssimo das perguntas para o Serra? Ouvi, de pelo menos 3 pessoas diretamente envolvidas com o SP-TV Segunda Edição, que as perguntas para o Serra, na entrevista ao vivo no jornal, às vésperas do primeiro turno, foram rigorosamente selecionadas. Aquele diretor (aquele, vocês sabem quem) teria mandado cortar todas as perguntas "desagradáveis". A equipe do jornal ficou atônita. Entrevistas com os outros candidatos tinham sido duras, feitas com liberdade. Com o Serra, teria havido, deliberadamente, a intenção de amaciar.

E isso era um segredo de polichinelo. Muita gente ouviu essa história pelos corredores...

E as fotos da grana dos aloprados? Tínhamos que publicar? Claro. Mas, porque não demos a história completa? Os colegas que estavam na PF naquele dia (15 de setembro), tinham a gravação, mostrando as circunstâncias em que o delegado vazara as fotos. Justiça seja feita: sei que eles (repórter e produtor) queriam dar a matéria completa - as fotos, e as circunstâncias do vazamento. Podiam até proteger a fonte, mas escancarando o que são os bastidores de uma campanha no Brasil. Isso seria fazer jornalismo, expor as entranhas do poder.

Mais uma vez, fomos seletivos: as fotos mostradas com estardalhaço. A fita do delegado, essa sumiu!

Aquele diretor, aquele que controla cada palavra dos textos de política, disse que só tomou conhecimento do conteúdo da fita no dia seguinte. Quer que a gente acredite?

Por que nunca mostraram o conteúdo da fita do delegado no JN?

O JN levou um furo, foi isso?

Um colega nosso, aqui da Globo ouviu a fita e botou no site pessoal dele... Mas, a Globo não pôs no ar... O portal "G-1" botou na íntegra a fita do delegado, dias depois de a "CartaCapital" ter dado o caso. Era noticia? Para o portal das Organizações Globo, era.

Por que o JN não deu no dia 29 de setembro? Levou um furo?

Não. Furada foi a cobertura da eleição. Infelizmente.

E, pra terminar, aquele episódio lamentável do abaixo-assinado, depois das matérias da "CartaCapital". Respeito os colegas que assinaram. Alguns assinaram por medo, outros por convicção. Mas, o fato é que foi um abaixo-assinado em defesa da Globo, apresentado por chefes!

Pensem bem. Imaginem a seguinte hipótese: a revista "Quatro Rodas" dá matéria falando mal da suspensão de um carro da Volkswagen, acusando a empresa de deliberadamente não tomar conhecimento dos problemas. Aí, como resposta, os diretores da Volks têm a brilhante idéia de pedir aos metalúrgicos pra assinar um manifesto em defesa da empresa! O que vocês acham? Os metalúrgicos mandariam a direção da fábrica catar coquinho em Berlim!

Aqui, na Globo, muitos preferiram assinar. Por isso, talvez, tenhamos um metalúrgico na Presidência da República, enquanto os jornalistas ficaram falando sozinhos nessa eleição...

De resto, está difícil continuar fazendo jornalismo numa emissora que obriga repórteres a chamarem negros de "pretos e pardos". Vocês já viram isso no ar? Sinto vergonha...

A justificativa: IBGE (e, portanto, o Estado brasileiro) usa essa nomenclatura. Problema do IBGE. Eu me recuso a entrar nessa. Delegados de policia (representantes do Estado) costumavam (até bem pouco tempo) tratar companheiras (mesmo em relações estáveis) como "concubinas" ou "amásias". Nunca usamos esses termos!

Árabes que chegaram ao Brasil no início do século passado eram chamados de "turcos" pelas autoridades (o passaporte era do Império Turco Otomano, por isso a nomenclatura). Por causa disso, jornalistas deviam chamar libaneses de turcos?

Daqui a pouco, a Globo vai pedir para que chamemos a Parada Gay de "Parada dos Pederastas". Francamente, não tenho mais estômago.

Mas, também, o que esperar de uma Redação que é dirigida por alguém que defende a cobertura feita pela Globo na época das Diretas?

Respeito a imensa maioria dos colegas que ficam aqui. Tenho certeza que vão continuar se esforçando pra fazer bom Jornalismo. Não será fácil a tarefa de vocês.

Olhem no ar. Ouçam os comentaristas. As poucas vozes dissonantes sumiram. Franklin Martins foi afastado. Do Bom dia Brasil ao JG, temos um desfile de gente que está do mesmo lado.

Mas sabem o que me deixou preocupado mesmo? O texto do João Roberto Marinho depois das eleições.

Ele comemorou a reação (dando a entender que foi absolutamente espontânea; será que disseram isso pra ele? Será que não contaram a ele do mal-estar na Redação de São Paulo?) de jornalistas em defesa da cobertura da Globo:

"(...)diante de calúnias e infâmias, reagem, não com dúvidas ou incertezas, mas com repúdio e indignação. Chamo isso de lealdade e confiança".

Entendi. Ele comemora que não haja dúvidas e incertezas... Faz sentido. Incerteza atrapalha fechamento de jornal. Incerteza e dúvida são palavras terríveis. Devem ser banidas. Como qualquer um que diga que há racismo - sim - no Brasil.

E vejam o vocabulário: "lealdade e confiança". Organizações ainda hoje bem populares na Itália costumam usar esse jargão da "lealdade".

Caro João, você talvez nem saiba direito quem eu sou.

Mas, gostaria de dizer a você que lealdade devemos ter com princípios, e com a sociedade. A Globo, infelizmente, não foi "leal" com o público. Nem com os jornalistas.Vai pagar o preço por isso. É saudável que pague. Em nome da democracia!

João, da família Marinho, disse mais no brilhante comunicado interno:

"Pude ter certeza absoluta de que os colaboradores da Rede Globo sabem que podem e devem discordar das decisões editoriais no trabalho cotidiano que levam à feitura de nossos telejornais, porque o bom jornalismo é sempre resultado de muitas cabeças pensando".

Caro João, em que planeta você vive? Várias cabeças? Nunca, nem na ditadura (dizem-me os companheiros mais antigos) tivemos na Globo um jornalismo tão centralizado, a tal ponto que os repórteres trabalham mais como bonecos de ventríloquos, especialmente na cobertura política!

Cumpro agora um dever de lealdade: informo-lhe que, passadas as eleições, quem discordou da linha editorial da casa foi posto na "geladeira". Foi lamentável, caro João. Você devia saber como anda o ânimo da Redação - especialmente em São Paulo.

Boa parte dos seus "colaboradores" (você, João, aprendeu direitinho o vocabulário ideológico dos consultores e tecnocratas - "colaboradores", essa é boa... Eu não sou colaborador, coisa nenhuma! Sou jornalista!) está triste e ressabiada com o que se passou.

Mas, isso tudo tem pouca importância.

Grave mesmo é a tela da Globo - no Jornalismo, especialmente - não refletir a diversidade social e política brasileira. Nos anos 90, houve um ensaio, um movimento em direção à pluralidade. Já abortado. Será que a opção é consciente?

Isso me lembra a Igreja Católica, que sob Ratzinger preferiu expurgar o braço progressista. Fez uma opção deliberada: preferiram ficar menores, porém mais coesos ideologicamente. Foi essa a opção de Ratzinger. Será essa a opção dos Marinho?

Depois, não sabem porque os protestantes crescem...

Eu, que não sou católico nem protestante, fico apenas preocupado por ver uma concessão pública ser usada dessa maneira!

Mas, essa é também uma carta de despedida, sentimental.

Por isso, peço licença pra falar de lembranças pessoais.

Foram quase doze anos de Globo.

Quando entrei na TV, em 95, lá na antiga sede da praça Marechal, havia a Toninha - nossa mendiga de estimação, debaixo do viaduto. Os berros que ela dava em frente à entrada da TV traziam uma dimensão humana ao ambiente, lembravam-nos da fragilidade de todos nós, de como nossa razão pode ser frágil.

Havia o João Paulada - o faz-tudo da Redação.

Havia a moça do cafezinho (feito no coador, e entregue em garrafas térmicas), a tia dos doces...

Era um ambiente mais caseiro, menos pomposo. Hoje, na hora de dizer tchau, sinto saudade de tudo aquilo.

Havia bares sujos, pessoas simples circulando em volta de todos nós - nas ruas, no Metrô, na padaria.

Todos, do apresentador ao contínuo, tinham que entrar a pé na Redação. Estacionamentos eram externos (não havia "vallet park", nem catraca eletrônica). A caminhada pelas calçadas do centro da cidade obrigava-nos a um salutar contato com a desigualdade brasileira.

Hoje, quando olho pra nossa Redação aqui na Berrini, tenho a impressão que estou numa agência de publicidade. Ambiente asséptico, higienizado. Confortável, é verdade. Mas triste, quase desumano.

Mas, há as pessoas. Essas valem a pena.

Pra quem conseguiu chegar até o fim dessa longa carta, preciso dizer duas coisas...

1) Sinto-me aliviado por ficar longe de determinados personagens, pretensiosos e arrogantes, que exigem "lealdade"; parecem "poderosos chefões" falando com seus seguidores... Se depender de mim, como aconteceu na eleição, vão ficar falando sozinhos.

2) Mas, de meus colegas, da imensa maioria, vou sentir saudades.

Saudades das equipes na rua - UPJs que foram professores; cinegrafistas que foram companheiros; esses sim (todos) leais ao Jornalismo.

Saudades dos editores - que tiveram paciência com esse repórter aflito e procuraram ser leais às minúcias factuais.

Saudades dos produtores e dos chefes de reportagem - acho que fui leal com as pautas de vocês e (bem menos) com os horários!

Saudades de cada companheiro do apoio e da técnica - sempre leais.

Saudades especialmente, das grandes matérias no Globo Repórter - com aquela equipe de mestres (no Rio e em São Paulo) que aos poucos vai se desmontando, sem lealdade nem respeito com quem fez história (mas há bravos resistentes ainda).

Bem, pelo tom um tanto ácido dessa carta pode não parecer. Mas levo muita coisa boa daqui.

Perdi cabelos e ilusões. Mas, não a esperança.

Um beijo a todos.
Rodrigo Vianna [postada originalmente aqui no blog em 19 de dezembro de 2006]

http://blogdomello.blogspot.com/2011/04/ha-cinco-anos-o-jornalista-rodrigo.html

Pensamento de Einstein sobre economia

"A anarquia econômica da sociedade capitalista como existe atualmente é, na minha opinião, a verdadeira origem do mal"

(Albert Einstein)

Classe média racista e preconceituosa tem uma solução pra tudo: 'Basta tirá-los dali'.

Mendigos nas ruas? - Basta tirá-los dali. Menores consumindo crack? - Basta tirá-los dali. Prostitutas na calçada? - Basta tirá-las dali. Excesso de carros nas ruas? - Basta tirá-los dali. Sem terra invadindo terras improdutivas? - Basta tirá-los dali. Sem teto invadindo prédios desocupados? - Basta tirá-los dali. Moradores em áreas de risco? - Basta tirá-los dali. Favelas? - Basta tirá-los dali.

E colocar onde?

Isso não querem saber: acham que políticos foram eleitos para isso. Querem que eles façam o serviço sujo.

Os últimos acontecimentos no Rio e em SP mostram que à direita e à esquerda muitos querem a solução simplista da classe mérdia: - Basta tirá-los dali. Mesmo que para isso seja necessário chamar a polícia.

Ou seja: mendigos, sem-teto, sem terra, prostitutas, drogados, todos são caso de polícia.

Não são não. Polícia é para quem precisa de polícia. Eles precisam é de política com P maiúsculo: política social, inclusão. Cidadania. Não temos que tirá-los dali. Temos que incluí-los aqui.

Somos humanos; isso, em suma, é o que somos.

http://blogdomello.blogspot.com/2011/04/classe-media-racista-e-preconceituosa.html

A crise dos combustíveis

Enviado por luisnassif, qua, 27/04/2011 - 08:00
Coluna Econômica

A crise atual dos combustíveis é especificamente uma crise do álcool.
Ainda nos anos 90 esse mercado foi desregulamentado, inclusive com o fim dos subsídios. Os preços do açúcar e do etanol ficaram ao sabor das variações de mercado.
Criou-se um impasse na área de combustíveis.
A área plantada de cana chega a 7 milhões de hectares, 2% da área agricultável. Cultiva-se cana no Sudeste, Centro-Oeste, Sul e Nordeste, permitindo duas safras por ano: no centro-sul, início em abril e duração média de 210 dias; no norte-nordeste.
No Centro-Sul a safra inicia em abril tem duração média de 210 dias. No Norte-Nordeste a safra inicia em setembro. Portanto, durante todo o ano o Brasil produz açúcar e etanol para os mercados interno e externo.
A rigor, um bom processo de estocagem evitaria as oscilações nas entressafras. A Petrobras cumpria essa função. Acabou repassando para as distribuidoras. A Unica – associação que congrega os produtores de açúcar e álcool – comprometeu-se a regular a oferta através de contratos futuros de venda.
***
Nada disso ocorreu. Quando sobreveio o aumento nas cotações internacionais de açúcar, veio a crise.
Nos últimos 12 meses, o etanol hidratado teve aumento de 75% em reais e de 95% em dólares; nos últimos 24 meses, os aumentos foram respectivamente de 117% e 201% (segundo levantamentos da Esalq). No caso do álcool anidro os aumentos foram de respectivamente 193% em reais e 226% em dólares nos últimos 12 meses. Em relação aos preços de exportação do açúcar, as cotações são similares às do ano passado (-8% em reais e -1% em dólares), mas ainda assim excepcionalmente elevadas – em relação a dois anos atrás, 31% em reais em relação e 69% em dólares.
***
Há duas etapas na produção de etanol: do produtor até a distribuidora; da distribuidora até o posto de gasolina. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) regula apenas da distribuidora em diante.
O nó reside aí. Com o avanço dos carros flex fluel, o álcool passou a interferir em toda a cadeia de consumo de gasolina.
Nos postos coexistem a gasolina tipo A (sem mistura), a tipo C (misturado ao álcool anidro) e o álcool hidratado. Nas usinas, existe a relação de preços entre o açúcar e o álcool: em cima da mesma cana, o usineiro pode determinar o percentual que irá para a fabricação de açúcar e de álcool.
Quando ocorre um choque de preços – por exemplo, o choque internacional de cotações do açúcar, há um curto-circuito em toda a cadeia de combustíveis. Os usineiros reduzem a produção de álcool para ganhar com o açúcar.
Ocorre uma diminuição no consumo de álcool hidratado. Os consumidores correm, então, para a gasolina. Mas o aumento do preço do álcool contamina o preço da gasolina tipo C, já que na composição final, 26% correspondem à gasolina, 38% aos impostos e 23% ao álcool anidro. O dono do posto deixa de comprar, então, a gasolina tipo C, que passa a faltar.
***
Já é a terceira crise em poucos anos. É possível que os preços refluam com a entrada da safra. Mas provavelmente a posição final do governo será ou taxar as exportações de açúcar ou colocar a ANP para regular a fase de produção de etanol.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-crise-dos-combustiveis-0

terça-feira, 26 de abril de 2011

Os Inocentes de Guantánamo

Enviado por luisnassif, ter, 26/04/2011 - 07:46

O tema do dia, o mesmo de sempre: os EUA e os direitos humanos. Manchete do Estadão de hoje:

"Guantánamo manteve 150 inocentes presos, revelam documentos". Site Wikileaks detalha detenções arbitrárias e violência em interrogatórios"

O Pentágono qualificou o vazamento das informações de "infeliz"

Ou seja, infeliz foi o vazamento, não a violação dos direitos humanos. Isso sempre me faz lembrar o quadro de Picasso tendo como tema a matança "experimental" de Guernica. Inquerido pelos nazistas se era ela que tinha feito aquilo, Picasso respondeu: "Não, não fui eu, foram os senhores que fizeram. Eu apenas pintei o quadro".

Perguntar não ofende: Obama, o prêmio Nobel da Paz, não havia prometido fechar Guantánamo?
 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Toma, Bill !!!

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/bill-gates-nao-entra-no-brasil-por-falta-de-visto


Ah, como isso bom !
Aos complexados pelo vira-latismo a PF também mandou este recadinho :

19/04/2011 - 17h35Bill Gates entra no Brasil sem visto, é notificado pela Polícia Federal e, na madrugada, deixa o país
Paula Litaiff
Especial para o UOL Notícias
Em Manaus

  • Bill Gates fazia turismo na Amazônia, mas não tinha visto de turista  e teve de voltar para casa Bill Gates fazia turismo na Amazônia, mas não tinha visto de turista e teve de voltar para casa
> Bill Gates, pai do Windows e da Microsoft , teve de deixar o Brasil na madrugada desta terça-feira depois de ter sido notificado pela Polícia Federal no Amazonas. Ele e integrantes de sua equipe não tinham o  visto de turista no passaporte, uma exigência brasileira para visitantes dos Estados Unidos. O grupo, segundo foi informado à PF, passava férias num hotel de selva no Amazonas.
O grupo de apoio do empresário, formado por sete pessoas, foi detido na última sexta-feira (15) por agentes federais quando faziam um passeio de barco no rio Negro, próximo a Manaus. No momento da detenção, os americanos estavam sem a presença de Gates, mas se identificaram como funcionários da  Microsoft e pediram para os agentes da PF contatarem a embaixada americana no Brasil.
Segundo a Polícia Federal, eles não tinham nem mesmo documentos de identificação, e a embarcação não tinha autorização da Marinha  para navegar em águas brasileiras, uma vez que os tripulantes estavam ilegais no país. Depois de quase 12 horas detido, o grupo foi liberado com a condição que deixasse o Brasil em três dias.
Como não conseguiram voo ontem, eles embarcaram às 2h de hoje num voo com destino a  Miami. Segundo a Polícia Federal,  o grupo infringiu a Lei 6.815/80 e seus integrantes devem responder a processo administrativo.
No retorno para os Estados Unidos, Gates acompanhou a equipe. Não é a primeira vez que o empresário passa férias no Amazonas, ele já esteve no Estado em 2007 e 2009. Nas duas viagens, ficou em hotéis de selva na Zona Rural de Manaus ou em cidades do interior do Amazonas.

[Recomendo] Documentários para download

http://docverdade.blogspot.com/

http://baixandonafaixa.blogspot.com/

terça-feira, 19 de abril de 2011

Na tribuna do Senado, Pedro Simon afirma que posse de Sarney em 1985 foi para evitar novo golpe

Copiado daqui: http://blogdomello.blogspot.com/2011/04/na-tribuna-do-senado-pedro-simon-afirma.html

Em discurso ontem no Senado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) contou detalhes de uma conversa que teve com o deputado Ulisses Guimarães, após a morte de Tancredo Neves, a dez horas da posse do novo presidente.

Havia dúvidas sobre quem deveria assumir a presidência, Ulisses (por ser o presidente da Câmara) ou o vice eleito, mas não empossado, José Sarney, que já havia sido imposto goela abaixo do PMDB pelos militares como vice na chapa de Tancredo (Sarney era presidente do PDS, partido de sustentação da ditadura) para que houvesse uma "transição democrática".

Em seu discurso de ontem, Simon contou como isso foi resolvido. Ele afirmou que o general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército do ainda presidente Figueiredo, entregou um pacote fechado ao presidente da Câmara Ulisses Guimarães com os indicados para os postos militares das três Forças e a determinação de que o presidente da República, com a morte de Tancredo Neves, teria que ser José Sarney.

"Quem comandava esse esquema era o general Leônidas. E ele com a Constituição na mão, diz que quem deve assumir é o Sarney. Se eu digo que não, sou eu, o que poderia terminar acontecendo é o Leônidas assumir, o que poderia terminar acontecendo era imprevisível... Eu achei que a grande saída ali era o homem que tinha todo o esquema na mão, que era o general Leônidas, ele disse que era o Sarney, que assumisse o Sarney" - palavras de Ulisses Guimarães, segundo Simon.

E assim o presidente do partido da ditadura virou presidente do Brasil.


http://blogdomello.blogspot.com/2011/04/na-tribuna-do-senado-pedro-simon-afirma.html

Echelon

Texto copiado deste blog: http://bloglimitefinal.blogspot.com/2010/04/echelon-o-mega-sistema-de-vigilancia.html

Echelon, o Mega-Sistema de Vigilância
(Revista Caros Amigos – agosto 2000)

Talvez você não saiba, mas é perfeitamente possível que todas as suas mensagens por telefone, e-mail e/ou fax estejam sendo interceptadas por um gigantesco sistema eletrônico de espionagem – o assim chamado Echelon – e enviadas a um centro de informação situado nos Estados Unidos.
Paranóia? Coisa de “esquerdinha” que fica fabricando “teorias conspirativas contra o imperialismo?” Antes fosse. O pequeno problema é que esse assunto já vem sendo debatido no âmbito do Parlamento Europeu, e é tão sério que ameaça causar uma crise diplomática entre França e Estados Unidos.
De fato, no início de julho, apoiando-se em documentos divulgados pelo Parlamento Europeu, a promotoria pública da França solicitou formalmente ao órgão francês de contra-espionagem (Serviço de Vigilância do Território) que investigue a existência e as atividades do Echelon. Caso se comprove, Paris pretende declarar que Washington promove um “ataque aos interesses vitais da França”.
O próprio Parlamento Europeu aprovou, em 5 de julho, a criação de uma “comissão temporária” para investigar o Echelon. A tarefa da comissão, composta por 36 parlamentares, será a de “verificar a existência do sistema de interceptação de comunicações e se o Echelon é compatível com o direito da União Européia”. Segundo um informe do Parlamento Europeu, publicado em outubro de 1999 a pedido de sua Comissão de Liberdades Públicas, o Echelon constitui “uma infração do direito comunitário”. Essa conclusão dá base à ação jurídica francesa.
As evidências da existência e das atividades do Echelon são contundentes. A “bomba” estourou no começo de janeiro do ano passado, quando o Parlamento Europeu recebeu denúncias produzidas por seu Comitê de Avaliação Científica e Tecnológica, segundo o qual, “na Europa, todas as chamadas telefônicas, os fax e os textos transmitidos por correio eletrônico (e-mail) são regularmente interceptados e as informações de certo interesse retransmitidas, através do centro estratégico britânico de Menwith Hill, para o quartel-general da National Security Agency (NSA), agência central de espionagem americana”. O estudo afirma, ainda, que os Estados Unidos utilizaram o Echelon para praticar espionagem econômica e industrial na Rússia, China, América Latina e em países europeus, como a própria França.
As denúncias apontavam dois casos confirmados de espionagem econômica pelo Echelon, que beneficiaram empresas americanas em detrimento de concorrentes europeus. O primeiro envolve o Brasil, mais particularmente o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia): em 1994, a empresa francesa Thomson perdeu o contrato de implantação do Sivam para a americana Raytheon, no valor de 1,4 bilhões de dólares. À época, o governo francês denunciou a prática de espionagem industrial pelos Estados Unidos, permitindo que a empresa americana oferecesse um preço melhor no processo de licitação, mas o assunto terminou em pizza, como, aliás, é de praxe nesse país. O outro caso comprovado aconteceu também em 1994, quando o consórcio europeu Airbus perdeu uma concorrência, na Arábia Saudita, para a americana McDonnell-Douglas, “graças ao sistema de escuta eletrônica Echelon, que teria fornecido aos americanos detalhes da proposta européia”, afirma o relatório.
O debate no Parlamento Europeu provocou uma certa reação no Brasil. Parlamentares da oposição chegaram a propor, no final de fevereiro, a formação de uma CPI para investigar o processo de licitação para instalar o Sivam. É claro que FHC foi totalmente contra a proposta. O porta-voz de FHC, Georges Lamazière, afirmou que, “do ponto de vista do governo”, não havia nenhuma irregularidade na licitação do Sivam e, apesar do relatório do Parlamento Europeu, o contrato não seria revisto. Para o governo, o que interessa é que a Raytheon teve proposta melhor do que a Thomson. Claríssimo. Somos mesmo uma colônia, como poderíamos nos atrever a questionar o direito que tem a matriz de nos espionar? Ora…
Nick Fielding e Duncan Campbell, ex-funcionários do sistema, afirmaram aos investigadores do Parlamento Europeu que o Echelon foi utilizado para bisbilhotar até mesmo a vida de gente como o papa João Paulo II e a princesa Diana, além de organizações como a Anistia Internacional (AI) e o Greenpeace. Wayne Madsen, que trabalhou durante vinte anos para a NSA, declarou publicamente, em fevereiro deste ano, que “qualquer um que seja politicamente ativo eventualmente acabará na tela do radar da NSA”. O próprio governo americano, que nega formalmente a existência do Echelon, foi obrigado a declarar, em relação a esses casos comprovados de interceptação de informação industrial, que seus “recursos de espionagem” são utilizados contra empresas em “países amigos que fazem concorrência injusta a firmas dos Estados Unidos”.
Descartada, portanto, a hipótese de que tudo não passa de “alucinações da esquerda conspirativa”, vamos agora descrever como funciona o Echelon, pelo menos segundo o pouco que dele se conhece. Aparentemente, o sistema começou a ser construído em 1948, bem no início da Guerra Fria, mediante um acordo secreto (e nunca admitido publicamente) assinado pelos Estados Unidos e quatros outros países de língua inglesa (Canadá, Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia), que formaram o Pacto Ukusa. O propósito original desse sistema era o de colher informações sobre a União Soviética e os seus aliados, no espírito da Doutrina Truman de fevereiro de 1947 (aquela que dizia que os Estados Unidos combateriam a ameaça comunista em qualquer parte do globo onde ela se manifestasse). O sistema, batizado como Echelon (palavra de origem francesa utilizada pelos militares de língua inglesa que significa, literalmente, escalão), foi colocado sob a direção da NSA.
O sistema é integrado por cinco bases terrestres a partir das quais são interceptadas as comunicações telefônicas internacionais que passam pelos 25 canais Intelsat, segundo informa a revista “Cadernos do Terceiro Mundo” (nº 210, junho de 1999, página 63), citando o livro “Secret Power”, de Nicky Hager, publicado na Nova Zelândia. Cada país do Pacto UKUSA, exceto o Canadá, está encarregado de cobrir uma região do planeta. A base que controla a Europa é a já mencionada pelo relatório do Parlamente Europeu; a que controla o hemisfério americano, incluindo o Brasil, fica em Segar Grove, a 250 quilômetros de Washington; as regiões do Índico e do Pacífico são “monitoradas” por três bases terrestres: a de Yakima (base do exército americano a pouco mais de 200 quilômetros de Seattle), a de Waihopai (Nova Zelândia) e a de Geraldton (Austrália).
O Echelon, segundo afirma o jornal britânico “The Independent”, é capaz de produzir pelo menos 3 bilhões de interceptações diárias. Os computadores empregados pelo sistema, chamados “dicionários”, são capazes de examinar, decodificar e filtrar quantidades imensas de mensagens alfanuméricas. Grupos de mensagens que contenham certas palavras-chave são imediatamente encaminhadas a órgãos específicos da NSA. Se você viu o filme “Sete Pecados” (David Fincher, 1995), sabe como isso funciona: os computadores das bibliotecas públicas americanas são programados para identificar e “fichar” automaticamente os seus usuários que requisitem livros contendo termos “perigosos” como xiita, Islã, fundamentalismo, comunista etc. Já o filme “Inimigo do Estado” (Tony Scott, 1998) faz uma excelente descrição de como o sistema pode acionar os seus satélites, computadores e câmaras para espionar, localizar e perseguir qualquer pessoa, em qualquer parte do planeta.
As semelhanças com o famoso Big Brother de George Orwell não são mera coincidência. Qualquer cidadão brasileiro tem razões de sobra para ficar seriamente preocupado, ainda mais agora, quando FHC começa a reconstruir os órgãos da ditadura militar, como o sinistro Serviço Nacional de Informações (SNI) e o Dops (agentes “especiais” da Polícia Federal treinados pelo FBI na luta contra organizações e manifestações populares). Não é comovente ver como estão irmanados, na mesma trincheira, o Echelon e os nossos arapongas? Você já não se sente parte do Primeiro Mundo?

(Revista Caros Amigos – agosto 2000)
José Arbex Jr. é jornalista.

fonte: http://bloglimitefinal.blogspot.com/2010/04/echelon-o-mega-sistema-de-vigilancia.html

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bobagens como "Guerra ao Terror" e "Guerra Contra as Drogas"

http://www.viomundo.com.br/denuncias/a-luta-de-washington-para-escrever-as-leis-do-brasil.html

por Luiz Carlos Azenha
Foi nos Estados Unidos que surgiu a doutrina de segurança nacional, logo copiada em todo o mundo (inclusive no Brasil, pelo regime militar).
A doutrina embalou a luta anticomunista baseada no combate ao inimigo interno. Muitas vezes o “inimigo interno” queria apenas aumento de salário mas, como a gente sabe, isso é coisa de comunista. Ou o “inimigo interno” queria terra, mas como a gente sabe, isso é coisa de comunista. Ou o “inimigo interno” protestava contra a violação de direitos humanos, mas como a gente sabe, isso é coisa de comunista.
Agora a base da política externa dos Estados Unidos é a “guerra ao terror”. Medida simples para Washington ganhar essa “guerra”: deixar de tocar terror cotidianamente em árabes e/ou muçulmanos no Iraque, no Afeganistão, no Paquistão, no Iêmen…
Em vez disso, os Estados Unidos trabalham para legitimar suas ações imperiais forçando outros países a adotar os princípios da guerra permanente, sem fim.
Washington cobra ações práticas: mudanças legislativas e ação policial. Ao “enquadrar” os parceiros, os Estados Unidos se tornam fornecedores de equipamentos (armas, scanners, aparelhos de raio-xis e outras invencionices) e subordinam as estruturas de segurança locais a seus objetivos políticos, policiais, econômicos e diplomáticos.
O Brasil é um país sui generis, já que dispõe de políticos e jornalistas que, diante de Washington, fazem genunflexão automática. É a síndrome da subordinação reflexiva.
A nova política dos Estados Unidos, de exportar a “guerra ao terror”, não é novidade: quando se tratava de combater comunistas, os oficiais latino-americanos aprendiam técnicas de tortura na Escola das Américas, montada e financiada pelos Estados Unidos inicialmente no Panamá.
Ao treinar futuros torturadores, os Estados Unidos automaticamente plantavam parceiros em posições importantes na hierarquia militar/policial dos países aliados.
A lógica da “guerra ao terror”  é a mesma da “guerra contra as drogas”: plantar policiais americanos em lugares e situações-chave. Alguém aí acha que o pessoal da DEA (Drug Enforcement Administration) que atuou na Bolívia devia satisfações ao governo local?
(...)

Continua: http://www.viomundo.com.br/denuncias/a-luta-de-washington-para-escrever-as-leis-do-brasil.html

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Guerra como prioridade: gastos militares

Segundo dados divulgados, em 11 de abril de 2011, pelo Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), os gastos militares no mundo atingiu a impressionante cifra de US$ 1.630.000.000.000 (um trilhão e seiscentos e trinta bilhões de dólares), em 2010.

http://www.ecodebate.com.br/2011/04/14/a-economia-verde-e-os-gastos-militares-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

Recolonização da África?

Da Reuters
Gbagbo é detido por forças francesas na Costa do Marfim
segunda-feira, 11 de abril de 2011 10:12 BRT 

PARIS (Reuters) - Forças especiais francesas prenderam Laurent Gbagbo, presidente em exercício da Costa do Marfim, e o entregaram aos líderes da oposição rebelde, depois que tanques franceses invadiram sua residência, disse um assessor de Gbagbo na França.
"Gbagbo foi detido pelas forças especiais francesas em sua residência e foi entregue aos líderes rebeldes", disse Toussaint Alain à Reuters.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-prisao-do-presidente-da-costa-do-marfim

Ainda há esperança...

Moradores se reúnem e pintam muro onde atirador morou em Realengo
Moradores de Realengo se reuniram e pintaram o muro da casa onde Wellington Menezes de Oliveira morou em Realengo, na Zona Oeste, na manhã desta segunda-feira (11). O muro foi pichado no último sábado (9) como protesto ao massacre na escola municipal Tasso da Silveira.
De acordo com Marcos Gebartim, que liderou a iniciativa, a intenção de pintar o muro é não dar continuidade ao mal causado pelo atirador. “Não podemos dar continuidade ao mal que ele causou”, disse Marcos, que é ex-aluno da escola.
Muro foi pintado na manhã desta segunda (11) (Foto: Thamine Leta/G1)

[Promiscuidade entre público e privado] "O amolecimento moral de uma instituição começa com pequenas concessões"

Juízes e promotores públicos são pessoas cujas relações pessoais requerem muito cuidado, pois de repente podem se ver obrigados a processá-las pela prática de ilícito civil ou penal.
Causam, por isso, estranheza as vantagens que várias empresas particulares oferecem aos promotores públicos do estado de São Paulo.
São descontos no preço, prazos prolongados de pagamento e outros tipos de vantagens, todas elas injustificáveis.
Estas vantagens são noticiadas no informe oficial da Associação Paulista do Ministério Público, o que significa que dinheiro público está sendo utilizado para pagar propaganda privada.
Essa má prática precisa cessar antes que ocorra o inevitável: um escândalo maior envolvendo e enodoando a instituição.
Dir-se-á que se trata de um preciosismo. São firmas grandes, de nome, que podem contratar renomados advogados e não precisam de favores especiais do Ministério Público. Ninguém vai acreditar que um promotor amolecerá uma denúncia porque comprou um panetone com10% de desconto.
Engano: o amolecimento moral de uma instituição começa com pequenas concessões. Estas conduzem a concessões maiores e, quando se vê, a imoralidade subiu ao pescoço.
O Ministério Público saiu da Constituinte como uma instituição extremamente poderosa, dotada do instrumental requerido para poder cumprir sua função de fiscal da lei e órgão da sua execução.
Mas atribuições legais adequadas não bastam. É indispensável que elas sejam geridas por um corpo de funcionários reconhecidos como impolutos por todos os setores da população.
O recebimento de favores gera o pressuposto de parcialidade e derruba o pressuposto da absoluta correção.


http://www.correiocidadania.com.br/content/view/5717/128/

Qual a origem do bullying?

"Não adianta culpar o bullying, achando que ele é um problema de jovens, um problema das escolas. Não adiante grades e detectores de metal nas entradas ou a proibição da venda de armas. Como professora, sei que o que os alunos reproduzem em sala nada mais é do que ouviram da boca de seus pais ou na mídia. Não adianta pedir paz e tolerância no colégio enquanto a mídia e a sociedade fazem outra coisa."

[Racismo] Assim pensa Marco Feliciano, do PSC paulista

Marco Feliciano, do PSC paulista, propôs em sua página no Twitter que os africanos descenderiam de "ancestral amaldiçoado por Noé", conhecendo por isso a África Negra a "maldição do paganismo, ocultismo, doenças", como a aids.

http://www.correiocidadania.com.br/content/view/5715/9/

Investimento nuclear no Brasil é determinado por ‘poderoso (e corruptor) lobby’

Para falar desse tema cada vez mais polêmico em todas as discussões energéticas, o Correio da Cidadania entrevistou o mestre em Engenharia Nuclear e doutor em Energia Joaquim Francisco de Carvalho. Para o também ex-diretor industrial da Nuclen (atual Eletronuclear), Fukushima apenas revela que a indústria nuclear continua "uma caixa preta no mundo inteiro", o que se evidencia flagrantemente neste caso, pois, mesmo com o devido acompanhamento da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), não se evitaram as falhas e negligências da empresa responsável.
 
No que se refere ao Brasil, Joaquim Francisco considera um despautério o investimento em novas usinas nucleares, uma vez que nossa matriz hidro-eólica folga em servir às necessidades de consumo interno. No entanto, o lobby nuclear, com espaço limitado nos países centrais, encontra guarida exatamente em países onde as instituições e políticos são mais vulneráveis. E num ministério aparelhado por Sarney não podemos esperar investimentos sensatos e voltados ao interesse público.
 
A íntegra da entrevista pode ser lida a seguir:
http://www.correiocidadania.com.br/content/view/5703/9/

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Facebook atuou contra o Wikileaks atendendo aos interesses do governo norte-americano

“O Facebook atua estranhamente como um concentrador de atenções e uma “draga” de conteúdos. Nele tudo pode entrar, mas nada pode sair”, reforça Sérgio Amadeu. “O Facebook apaga postagens e elimina perfis sem nenhuma obrigação de avisar os usuários. Atuou contra o Wikileaks atendendo aos interesses do governo norte-americano. A democracia inexiste no convívio com os gestores do Facebook. Se o Facebook fosse um país seria uma ditadura e Mark Zuckerberg um déspota de novo tipo”.

III Guerra Mundial chegando???

Mulheres são presas no dia em que lei contra véu entra em vigor na França

 
Duas mulheres usando o niqab foram detidas em Paris nesta segunda, quando entrou em vigor a lei que proíbe o uso de véus islâmicos que cubram parcialmente ou totalmente o rosto de mulheres em locais públicos do país.

As duas participavam de um protesto contra a nova lei em frente à catedral Notre-Dame. Segundo a polícia, elas foram detidas porque participavam de uma manifestação que não havia sido informada previamente às autoridades, e que, portanto, não havia sido autorizada. Segundo a polícia, a detenção não estava ligada ao uso do niqab - véu islâmico que deixa apenas os olhos à mostra.

"A detenção ocorreu devido ao desrespeito da obrigatoriedade de informar sobre a realização de manifestações", afirmou o delegado Alexis Marsans, da seção responsável pela ordem pública.
A organização de protestos deve ser informada às autoridades francesas, sobretudo quando há necessidade de bloquear o trânsito - o que não era o caso da manifestação desta segunda-feira. No entanto, é algo totalmente atípico na França prender pessoas que participam de protestos pacíficos, ainda mais em pequenos grupos.
Com a medida que entrou em vigor nesta segunda-feira, a França se tornou a primeira nação da Europa a adotar um veto dessa natureza.

Segundo a lei, as pessoas que esconderem seu rosto em "locais abertos ao público", como repartições, meios de transporte, estabelecimentos comerciais, parques e cinemas, estão sujeitas a multas de 150 euros (cerca de R$ 345).

Já pessoas que obrigarem uma mulher a usar o niqab ou a burca (que cobre integralmente o rosto, com uma tela para os olhos) podem ser multados em até 30 mil euros ( cerca de R$ 68 mil) e condenados a um ano de prisão.

Tensões

A medida corre o risco de acirrar as tensões com a comunidade muçulmana do país, a maior da Europa, estimada em 6 milhões de pessoas.

O número de mulheres que cobririam o rosto no país, segundo diferentes estatísticas, é, no entanto, baixíssimo, estimado entre 800 e duas mil no máximo.

"A lei vai isolar ainda mais as mulheres que usam esse tipo de vestimenta", disse à BBC Brasil Noura Jaballah, presidente do Fórum Europeu das Mulheres Muçulmanas, em Paris.

"São os muçulmanos que devem discutir entre eles para adotar suas próprias práticas. Essa lei é uma intrusão em um assunto que não diz respeito ao Estado", afirma Jaballah, questionando ainda a necessidade de se fazer uma lei para um número tão restrito de pessoas.

Em sua associação, nenhuma mulher usa o niqab. Ela diz que as mulheres devem respeitar a obrigação de mostrar seus rostos para se identificar, quando solicitadas, em aeroportos, bancos ou repartições públicas, por exemplo.

"Mas esta lei já está provocando desvios na interpretação da medida. Há casos de mães que utilizam apenas o véu que cobre os cabelos e que estão sendo impedidas de participar de reuniões ou atividades escolares", diz ela.

Aprovação

Segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos divulgada no ano passado, 57% dos franceses aprovam a lei que proíbe o véu integral.

O médico aposentado Jean-Noël Haudecoeur vive em um bairro popular no norte de Paris, onde é mais comum ver mulheres com niqab nas ruas.

"Se essas pessoas quiseram vir morar na França, elas precisam se adaptar às leis do país", afirma.

Vários representantes muçulmanos se opuseram à lei, afirmando que ela estigmatiza a comunidade. Mas homens muçulmanos ouvidos pela BBC afirmam que o Alcorão não obriga o uso do niqab e que esse comportamento é defendido por grupos radicais.

A lei entra em vigor pouco após declarações polêmicas do ministro do Interior, Claude Guéant, que afirmou que "o aumento do número de muçulmanos na França e que certas práticas ligadas a essa religião representam um problema".

O veto passa a ser adotado também no momento em que o partido de extrema-direita Frente Nacional vem ganhando destaque nas sondagens das eleições presidenciais de 2012.
No sábado, 58 pessoas foram detidas em uma manifestação organizada por associações islâmicas, não autorizada pelas autoridades.

Havia apenas cerca de 200 participantes, a grande maioria homens, que vieram inclusive de outros países europeus.

Novos protestos contra a lei estão previstos nesta segunda-feira em frente à catedral Notre-Dame.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/bbc/2011/04/11/mulheres-sao-presas-no-dia-em-que-lei-contra-veu-entra-em-vigor-na-franca.jhtm

Programa do governo dos EUA incentiva deserção de médicos cubanos que prestam serviço humanitário em vários países do mundo

O incentivo à deserção é mais uma das armas utilizadas pelo governo dos Estados Unidos para minar a revolução cubana. Sem sucesso. Menos de 2% dos médicos cubanos no exterior aceitaram os incentivos americanos.

Aliás, você, que já mofou na fila do consulado dos Estados Unidos atrás de um visto, sabia que desde 1966 qualquer cubano que pise em território norte-americano recebe visto, apenas por ser cubano, num claro incentivo à emigração em massa?

Mas, buscar a deserção de médicos, que trabalham em países pobres como o Haiti, e em programas populares na Venezuela, Bolívia e em tantos outros, é um crime. Não ajudam nem deixam que ajudem.
Quem viu Sicko, de Michael Moore, fica espantado - como ele ficou - ao ver como aquele país pequeno, com todas as limitações que lhe são impostas, consegue oferecer educação e saúde (inclusive remédios) gratuitas a toda a população.

Enquanto os Estados Unidos...preferem gastar seus recursos em programas para incentivar a deserção de médicos cubanos.

http://blogdomello.blogspot.com/2011/04/programa-do-governo-dos-eua-incentiva.html

sexta-feira, 8 de abril de 2011

WikiLeaks: a difamação de religiões como estratégia diplomática

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/wikileaks-a-difamacao-de-religioes-como-estrategia-diplomatica

"Aumentar a atividade pela mídia e o alcance das comunidades religiosas parceiras: Até agora, nenhum grupo religioso no Brasil assumiu a defesa da difamação de religiões. Mas o Brasil é sociedade multirreligiosa e multiétnica, que valoriza a liberdade de religião. Um esforço para difundir a consciência sobre os danos que podem advir de se proibir a difamação das religiões pode render bons dividendos. Grandes veículos de imprensa, como O Estado de S. Paulo e O Globo, além da revista Veja, podem dedicar-se a informar sobre os riscos que podem advir de punir-se quem difame religiões, sobretudo entre a elite do país."

Tragédia em Realengo e histeria da mídia

http://altamiroborges.blogspot.com/2011/04/tragedia-em-realengo-e-histeria-da.html

 
Reproduzo artigo de Brizola Neto, publicado no blog Tijolaço:
Fico espantado com a superficialidade com que se está tratando esta tragédia na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo. O rapaz enlouquecido que fez essa monstruosidade é apresentado de todas as formas preconceituosas possíveis, como portador de HIV ou religioso islâmico e acusado de “passar o dia na internet”. Ora, nenhuma destas três coisas explica coisa alguma sobre o ataque psicótico que o levou a atacar e matar crianças em uma escola.

Se explicassem, haveria milhares de tragédias assim, pois há milhões de soropositivos, de islâmicos e de nerds.

Só reforça esteriótipos e preconceitos, porque nem Aids, nem fé muçulmana ou internet fabricam este tipo de loucura.

A tão falada carta do homicida a cada hora é usada para achar uma “lógica” num ato ilógico, louco, transtornado. Uma exploração irresponsável, discriminatória e cheia de ódios. Afinal, a carta apareceu e não faz referência a nada do que se falou na imprensa, irresponsavelmente.

E ficaram falando em “fundamentalismo islâmico”. Que vergonha!

Aliás, não é só a mídia que está agindo com leviandade. O Senador José Sarney perdeu uma boa oportunidade de ficar calado. Suas declarações de que o ato foi “terrorismo” e de que era preciso colocar “segurança pública” (o que seria isso, artes marciais, defesa pessoal, ou o que?) no currículo das escolas são lamentáveis.

Mais: http://altamiroborges.blogspot.com/2011/04/tragedia-em-realengo-e-histeria-da.html

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Como é que alguém ainda leva a sério as agências de classificação de risco?

É impressionante como mesmo depois do documentário Inside Job (Oscar na categoria) desmoralizá-las completamente, ainda se perde tempo, gasta-se papel e, portanto, derrubam-se árvores para discutir o que informam as agências de classificação de risco, também chamadas agências de rating.
(...)
Como ficou claro em Inside Job, quem acreditou nessas agências se deu muito mal (elas se deram muuuito bem) e ainda descobriu no filme os intere$$es que se escondem por trás dessas avaliações.

http://blogdomello.blogspot.com/2011/04/como-e-que-depois-de-inside-job-alguem.html

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Berlusconi quer liberar o fascismo

Berlusconi quer liberar o fascismo


Por raq_uel
Do Opera Mundi
05/04/2011 - 13:31 | Efe | Roma

Partido de Berlusconi quer abolir proibição do fascismo na Itália

O partido italiano Povo da Liberdade (PDL), legenda do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, apresentou ao Senado da Itália um projeto de lei que busca revogar a proibição do fascismo no país.
A proposta do PDL, submetida ao Senado no dia 29 de março, só nesta terça-feira (05/04) vazou à classe política italiana, provocando grande polêmica entre a oposição, que se mostrou surpresa e espantada com a iniciativa.
O projeto de lei apresentado, segundo a imprensa italiana, é intitulado "Derrogação da 12ª disposição transitória e final da Constituição", em referência à parte da Carta Magna de 1948 que indica que fica "proibida a reorganização, sob qualquer forma, do dissolvido Partido Fascista". 

Homem Primata...

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O capitalismo, esse que o Lula salvou e a Dilma gerencia com o aplauso do coral dos contentes, requer, para que os donos do poder econômico possam auferir lucros obscenos, canteiros de obras como os de Jirau e Santo Antônio. Reproduz condições de trabalho de um século atrás e adota padrões de acumulação próprios do capitalismo primitivo. Condições degradantes de trabalho e a exploração brutal do trabalhador são feições do capitalismo facinoroso que nos governa. Ler mais..

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Memórias dos anos de chumbo

http://www.cartacapital.com.br/politica/memorias-dos-anos-de-chumbo

Ana Helena: O Aldo de Sá Brito teve uma morte perversa. Queria que você comentasse como foi isso.
[“Um dos melhores quadros da esquerda”, diz um dos presentes]
Carlos Eugênio: O Aldo era sobrinho-neto do cardeal do Rio de Janeiro. Foi preso numa ação de uma expropriação de um banco em Belo Horizonte. A polícia chegou no final do assalto e eles foram tiroteando com a polícia. Ele entrou num prédio de apartamentos, tentou pular da janela do segundo andar pra ir pra outro prédio, caiu e quebrou um osso da bacia. Não conseguiu fugir. Foi preso e torturado até a morte com a famosa “coroa de Cristo”.
A “coroa de Cristo”
Ele é um dos casos comprovados do uso da malfadada coroa de Cristo. Trata-se de um aro de metal, colocado em volta da cabeça, com parafusos do lado de dentro do aro. Daí eles iam regulando e comprimindo o crânio até arrebentá-lo. Outra companheira que morreu assim foi Aurora Maria Nascimento Furtado.

http://www.cartacapital.com.br/politica/memorias-dos-anos-de-chumbo

[História] Por que houve o golpe de 64? O que defendia o presidente João Goulart?

Hoje, 1º de abril é aniversário do golpe militar.
Por que houve o golpe de 64? O que defendia o presidente João Goulart?
"Hoje, com o alto testemunho da Nação e com a solidariedade do povo, reunido na praça que só ao povo pertence, o governo, que é também o povo e que também só ao povo pertence, reafirma os seus propósitos inabaláveis de lutar com todas as suas forças pela reforma da sociedade brasileira. Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social e pelo progresso do Brasil."