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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

[Vídeo] Como Funciona o Brasil

Como Funciona o Brasil?

A resposta está nos primeiros 2min43s deste vídeo. A gente esquece que fica com apenas cerca de 23% do que produz, enquanto o Estado leva cerca de 77% sem nos dar quase nada nada em troca.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O Papel do PT na Nova Ordem Mundial


http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8060:submanchete020213&catid=25:politica&Itemid=47


Escrito por Ronald Santos Barata
Sábado, 02 de Fevereiro de 2013



Dirigentes do PT e de outros partidos da base do governo têm apregoado a existência de um golpe contra Lula. Vários eventos são realizados protestando contra o presumido golpe, a exemplo de uma reunião no antigo Ministério da Educação, organizada por um grupo de personalidades que se rotula de esquerda, que colocou como patrono o saudoso Oscar Niemeyer e divulgou um contundente, mas confuso, manifesto. Reuniões de governadores, de sindicalistas etc. prestando solidariedade ao ex-presidente e a 
seu partido.

Eu tive convívio intenso, durante alguns anos, com dirigentes petistas, dentro do movimento sindical e partidário. Como um dos fundadores da CUT, fui membro da sua primeira Direção Nacional e exerci diversos mandatos na Executiva da CUT-RJ. Participei diversas vezes da direção do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, do qual fui presidente. Conheci muito bem os militantes sindicais e partidários. Comecei a divergir da atuação da Central em 1989, devido à sua partidarização. Em seguida, houve acordos salariais lesivos aos trabalhadores cujos sindicatos eram filiados à CUT. Na qualidade de dirigente cutista, participei ou acompanhei eleições sindicais em várias categorias; assisti a vários vale-tudo e não adiantavam protestos.

Portanto, conheço bem a prática petista, o comportamento de muitos militantes seus e do seu entorno. Acho que posso contribuir para que se conheça Lula e vou posicionar-me sobre a conjuntura política, governos do PSDB e do PT e o decantado golpe.
Porém, para isso, julgo indispensável uma reflexão sobre a conjuntura em nível nacional que, todavia, para ser bem compreendida, é necessário que façamos um mergulho profundo no que se passa no mundo, até chegarmos ao nosso rincão.
Conhecer os meandros da estrutura de poder internacional e nacional é indispensável para um julgamento realista e isento dos atores da política nacional. Sem compreensão do sistema de poder global, não podemos ter um diagnóstico preciso do que se passa no Brasil.

Divido este trabalho, que sei polêmico, em três partes: a primeira se refere ao governo mundial invisível de 300 famílias, no qual nada criei, apenas compilei o que colhi em diversos trabalhos. Todos eles lastreados em fatos históricos. A segunda parte aborda o aspecto dos governos formais no mundo, os visíveis. E a terceira, os governos petistas.

Por isso, é necessariamente longo e, para não ser muito cansativo, será dividido em duas fases: a parte I - O GOVERNO MUNDIAL, que segue abaixo, e as partes II - O GOVERNO FORMAL e III - OS GOVERNOS PETISTAS, que serão analisadas em um próximo texto.

Parte I

O Governo Mundial

Deve-se observar o desenvolvimento dos acontecimentos mundiais nas últimas décadas, principalmente após 11 de setembro de 2001. Violência crescente, guerras, invasões, falsos líderes populares, morte de milhões de pessoas, assassinatos de caráter político, degradação dos partidos, levantes sociais, endividamento dos Estados, desemprego, miséria, banalização da tortura...

O mundo é hoje um lugar em que as populações nos mais diversos sítios são exploradas, violentadas, colonizadas ou semicolonizadas, enquanto alguns vivem nababescamente e fecham os olhos ao que se passa com os explorados. Isso acontece por acaso, pela simples ignorância e omissão das massas exploradas, ou por fatalismo, ou é fruto de movimento planejado, calculado e friamente executado? Há no mundo alguma força capaz de impor todas essas mazelas nesse nível?

Tentarei mostrar como funciona o Poder de Fato, o governo mundial exercido por trezentas famílias, embora muitos busquem resposta para as mazelas do mundo invocando religiosidade, visão filosófica, ou achando que é a índole do ser humano, pois sempre houve guerras, matanças, corrupção, miséria, exploração do homem pelo homem, dominação de um povo por outro.

Os que afirmam que essa catástrofe é planejada e executada por um grupo de pessoas e entidades poderosíssimas que controlam os acontecimentos mundiais são considerados lunáticos pelas pessoas desinformadas, mas são aplaudidos por uma minoria bem informada e honesta, que deve ser ampliada.

Esse Poder sobrepõe-se às leis internacionais, aos organismos judiciais. Despreza valores éticos. É, repito, exercido por uma minoria que planeja e executa as ações. Tem capacidade e habilidade de fazer acontecer, eliminando qualquer resistência, a qualquer custo e de qualquer maneira; se necessário, promovendo guerras, depois de esgotados os estágios político, econômico, tecnológico, cultural e propagandístico que são executados através de governos, da mídia e diversas organizações.

Regridem em muitos séculos as tentativas de construir um governo mundial controlado por uma minúscula minoria de poderosos privilegiados. Alguns estudiosos retrocedem até o Império Babilônico no reinado de Hamurabi (do famoso Código de Hamurabi - olho por olho dente por dente), em que os sacerdotes administravam os grandes templos e controlavam a economia, a serviço de um seleto grupo.

Vamos ficar com fatos não tão antigos.

O PODER REAL, invisível, dispõe dos bancos transnacionais, das grandes corporações, grandes universidades, corporações multimídias, governantes em todo o mundo - desde presidentes de países, reis, congressistas e juízes. Planeja o desenvolvimento de longo prazo de processos políticos, econômicos, financeiros, tecnológicos, militares e culturais, destinados à dominação nacional, regional ou global, paulatinamente ou não.

Não é através de ações políticas localizadas que o Poder Invisível atua, mas através de instituições culturais, religiosas, sociais, ocultistas e outras organizações mundiais. As estruturas visíveis são do Poder Formal.

O Governo Mundial utiliza os instrumentos e organizações do Poder Formal e apenas os principais países, como EUA, Reino Unido, Rússia, China e França o acessam, enquanto os demais governos nacionais não conseguem chegar aos níveis mais altos dos "Senhores do Mundo" que manejam o Poder Real. A coordenação em torno dos principais eixos é realizada pelo que chamam de geopolítica.

Histórico resumido 

Há poucos anos, a partir do governo Reagan nos EUA (que levou ao máximo a tensão com a União Soviética e criou o Programa Guerra nas Estrelas, arranjou conflitos com Muamar Kadafi da Líbia e vendeu armas ao Irã, cujo dinheiro era desviado para grupos de direita para derrubada do governo sandinista de Daniel Ortega etc.), surgiu a pregação de "UMA NOVA ORDEM MUNDIAL", afinal proclamada em 1990 por Bush pai. Agora, chamam de Globalização. Trabalha para corroer, minar, enfraquecer e, por fim, liquidar a soberania nacional dos diversos países e, ao final, com os povos enfraquecidos e sem condições de tomar decisões soberanas, acabar com os Estados-Nação.

Para muitos, essas afirmações parecem coisa delirante. Mas o fato concreto é que esse governo mundial já comanda inúmeros países, através de mega-organizações privadas. Dispensa instituições públicas. É privado. É composto por trezentas famílias, encimadas por 13 dinastias e realezas e seguido por membros da nobreza que detêm poder econômico, financeiro e religioso há séculos.

As 13 famílias atuam coordenadamente desde 1776, quando ressurgiu na Baviera uma organização chamada "ILUMINATIS", que se baseou na maçonaria (hoje controla a maçonaria), organização milenar que visava submeter as monarquias e a Igreja Católica. Controla a "BLOOD LINE" (pureza sanguínea) e a árvore genealógica das famílias. Antes, denominada "OS ANTIGOS SÁBIOS ILUMINADOS", que foi originada dos CAVALEIROS TEMPLÁRIOS, por sua vez oriundos das CRUZADAS. O mascote dessa organização é uma coruja, imagem de sabedoria e que enxerga no escuro. Um dos símbolos é uma pirâmide que no pico tem um grande olho, com o dístico "all seeing eyes" (olho que tudo vê). Abaixo da pirâmide lê-se "Novus ordo Seclorum" (a nova ordem dos séculos), ou seja, a NOVA ORDEM MUNDIAL.

Se há várias versões sobre a origem da maçonaria, é certo que há uma série de coincidências em símbolos e dinheiro dos EUA que remetem a essa organização. Exemplos: 1) as 13 linhas que separam as cores da bandeira e as treze linhas que separam os estágios da pirâmide símbolo do Iluminatis. 2) Na nota de 1 dólar está impressa a pirâmide exatamente com o olho e o dístico "novos ordo seclorum". AS 13 DINASTIAS são: Rotschild, Astor, Bundy, Li, Collins, Du Pont, Freeman, Kennedy, Onassis, Rockfeller, Russel, Van Duyn, Merovingian.

Em seguida, as duas principais das 287 são Disney e Reynolds. É determinante a influência do Reino da Dinamarca e do Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte. A seguir, algumas das outras famílias, colhidas no vídeo "O Anel do Poder", no Youtube: Churchill, Roosevelt, Bush, Huxley, Hariman, Gore, Turner, Schroeder, Baring, Kissinger, Warburg, Rhodes, Hesse, Sarkozy, Delano, Mazine etc.

Também fazem parte da pirâmide as nobrezas coroadas da Grã-Bretanha, Holanda, Espanha, Bélgica, e as não coroadas da França, Itália, Alemanha, Áustria e Portugal. Mais os emirados islâmicos e nobrezas do Oriente Médio (Israel, Turquia), do Extremo Oriente (China, Tibete, Japão etc.), sacerdotes do Vaticano, rabinos, clérigos luteranos e anglicanos e os ricaços dos EUA.

Utilizam estruturas políticas supranacionais – Maçonaria, Sionismo, Social Democracia Internacional, Democracia Cristã Internacional, ONG’s. Exercem grande influência sobre muitos governos em todas as partes do mundo. Não dispensam organismos multilaterais que controlam com mão de ferro através dos principais países desenvolvidos: EUA, Reino Unido, China, Rússia e França, apoiados por Espanha, Portugal, Suécia, Holanda, Itália, Bélgica. Possuem três Cidades-Estados independentes, dentro de três cidades; não pagam impostos e formam o núcleo econômico. 

São:

a) CROWN – território independente controlado pela família 
Rothschild dentro de Londres, denominado "The City", onde fica o Banco de Londres, privado. É o centro econômico mundial; único lugar onde se podem fazer negócios com todas as bolsas e todos os bancos mundiais, a qualquer dia e hora.

b) VATICANO - Território independente dentro da cidade de Roma. O "Estado da Cidade do Vaticano" é o centro religioso controlado pelo clero católico. Tem banco próprio, subordinado à Crown. É o menor Estado soberano do mundo com menos de 900 habitantes e território de 0,44 km². Juntamente com o CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS (CMI), e outras religiões (Igreja da Inglaterra, Luterana, Calvinistas, Judaísmo, Pentecostal etc.), forma importante suporte no campo religioso. O CMI é uma organização ecumênica em nível internacional, tem sede em 
Genebra, Suíça, e congrega mais de 300 igrejas e denominações que representam mais de 500 milhões de fiéis em cerca de 120 países. A Igreja Católica não participa do Conselho, mas forma com ele um grupo de trabalho permanente na Comissão de Fé e Ordem e na Comissão de Missão e Evangelização.

c) COLUMBIA – Cidade independente dentro da capital Washington, onde fica o FED-Federal Reserve System, privado, orientado pela Crown. É uma federação de instituições financeiras que funciona como Banco Central dos EUA e controla todo o dinheiro americano. Columbia é comandada pela família Rockfeller. É um importante segmento dos "Iluminatis". Fundou, em 1754, a Universidade de Columbia na cidade de Nova York. Possui também a Columbia Movies, a Columbia Rewards, a Columbia Televition (CBS), cujo símbolo é "all seeing eyes" (olhos que tudo veem). O "space shuttle" (nave que viaja ida e volta) chama-se Columbia.

Há elementos comuns nas bandeiras dessas três cidades: Crown tem três asas de dragão, Vaticano mostra três coroas e Columbia, três estrelas. Cada uma delas possui um obelisco sobre um círculo que tem a mesma simbologia (o deus egípcio Amon ou Amen).

A estrutura de poder das famílias não dispensa pactos e acordos com as principais organizações criminosas. Essas organizações possuem regras não escritas para se respeitarem e não se intrometerem nos negócios umas das demais. O governo invisível até incentiva a criação de algumas organizações criminosas, que realizam acordos com algumas estruturas de Poder Formal, visível. Assim, criam-se máfias que atuam em tráfico de armas, cartéis de drogas e seus gerentes financeiros possuem esquemas de lavagem de dinheiro. Os grupos criminosos organizados infiltram-se em organizações legais, nos órgãos de segurança, em forças armadas e organismos financeiros, inclusive na CIA, Mossad, DEA, FBI etc.
O governo das trezentas famílias criou os chamados "THINK TANKS" - grupos de pesquisa; extensa rede de alcance mundial composta por vários organismos. Coesos, atuam coordenadamente. Diz Valerio Yarmiyaohu em seu trabalho "Setenta x Sete": "A função deles é desenvolver processos políticos, econômicos, financeiros, tecnológicos, militares e culturais complexos, integrando-os em modelos geopolíticos consistentes e sustentáveis, para atingir crescente dominação nacional, regional e global no longo prazo".

Na rede global dos "THINK THANKS", há, entre outros, os conhecidos Fórum Econômico Mundial e o Projeto Para um Novo Século Americano - PNAC. Outros importantíssimos são:

a) CONSELHO DE RELAÇÕES EXTERIORES (CFR-Council on Foreign Relations), organização suprapartidária, secreta, criada em Paris em 1921. Só se tornou conhecida a partir de 1971. Suas reuniões são secretas. Participam personalidades europeias, reis, altos executivos do New York Times, do Washington Post, do Los Angeles Times, Wall Street Journal, NBC, ABC, FOX, CBS, Time, Fortune, Business Week, US News and World Report. É presidido por David Rockfeller. É também chamado de Establishment, Governo Invisível e Ministério Rockfeller das Relações Exteriores. Todos os candidatos a presidente dos EUA que conseguiram ser eleitos eram membros dessa organização, exceto Ronald Reagan.

b) COMISSÃO TRILATERAL – Sobre este organismo, formado por personalidades do Japão, Europa e EUA, transcrevo um texto captado na internet que explica bem: "A Comissão Trilateral foi fundada em 1973 por iniciativa de David Rockfeller, o presidente do poderoso banco Chase Manhattan, diretor de diversas empresas multinacionais e de fundações isentas de impostos. Entre os cerca de 300 membros iniciais, estavam acadêmicos, políticos, magnatas da indústria, banqueiros internacionais, líderes de centrais sindicais e diretores dos gigantes da mídia. Desde a eleição de Jimmy Carter, em 1976, o Poder Executivo nos EUA foi literalmente sequestrado pelos membros da Comissão Trilateral. Esse domínio quase absoluto, especialmente nas áreas do comércio, bancos, economia e política externa continua até hoje.( ...) A Comissão está solidamente posicionada contra o conceito do Estado-Nação e, em particular, contra a Constituição dos EUA. Assim, a soberania nacional precisa ser reduzida e depois abolida totalmente de modo a abrir o caminho para a Nova Ordem Internacional, que será governada por uma elite globalista não-eleita e com sua própria estrutura jurídica" – Zbigniew Brzezinski foi outro fundador, juntamente com Rockfeller.

c) GRUPO BIELDERBERG - É formado por 130 personalidades do mundo empresarial, político, acadêmico e midiático. Fazem encontros anuais sigilosos em diversos países e têm um escritório na Holanda. Suas discussões e decisões não são registradas.

d) REAL INSTITUTO DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS (o chamado Chatham House) – anteriormente denominado "Royal Institute of International Affairs", é uma organização não governamental, sediada em Londres, cuja missão é analisar os trabalhos-propostas e promover uma melhor compreensão dos principais temas políticos internacionais de interesse da casta, sob a ótica do PODER REAL.

CHATHAM HOUSE foi considerado o "THINK-TANK" mais importante do mundo fora dos Estados Unidos, pela revista Foreign Policy. Chatham House também foi citada como sendo um dos principais escolásticos (scholars) por pertencer ao seleto grupo de astros do universo de think-tanks que são regularmente credenciados para criar novas agendas e elaborar novas iniciativas. Concede anualmente o prêmio "CHATHAM HOUSE PRIZE" ao estadista que, na sua ótica, deu a mais significativa contribuição para a melhoria das relações internacionais (leia-se: interesses da organização). No ano de 2009, o estadista premiado na Inglaterra com o "CHATHAM HOUSE PRIZE" foi o presidente do Brasil, LUIZ INACIO LULA DA SILVA.

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Parte II

O Poder Formal

O governo mundial invisível exerce o PODER REAL. É, realmente, O PODER. É quem tem a capacidade de fazer certas coisas acontecerem no lugar e no momento em que desejam.

Há, como vimos, o Poder Formal. São os governos nacionais, os mercados financeiros, os organismos multilaterais, organizações religiosas, ONGs e as mídias. São os instrumentos visíveis que o Poder Real ou de Fato utiliza para fazer as coisas acontecerem.
O Poder Formal executa as políticas econômica, industrial, financeira, comercial, cultural, científica e militar, elaboradas pelos "Think Tank" do Poder Real, que utiliza os governos dóceis ou comprometidos e as demais estruturas visíveis. As ações do Poder Formal são tornadas públicas.

Porém, as populações não sabem a origem dessas ações, isto é, desconhecem que o Poder Real é quem determina até os processos políticos, para isso utilizando-se de mecanismos já citados, inclusive ações militares, se necessário.

Infelizmente, temos visto governos e demais estruturas políticas em diversos países, mesmo quando galgados através de eleições "democráticas", interessados apenas em ações que conduzam a atender interesses grupais ou pessoais, confiando em que "O Poder" garanta sua estabilidade e a chamada governabilidade. Usufruindo vantagens, atendem os objetivos e interesses dos intermediários do Poder Real: bancos, agronegócio, multinacionais. E as criminosas privatizações, maneira mais fácil e cômoda de se rapinar as riquezas de determinado país ou região.

As estruturas políticas do Poder Formal, isto é, governos através de presidentes, reis, primeiros-ministros, Parlamento e Judiciário, não detêm o real controle das instituições públicas; as estruturas econômicas, eminentemente privadas, é que comandam.

É óbvio que essas estruturas, as empresas, são comandadas pelos donos, os acionistas. Estes, quase sempre anônimos, delegam a gestão a diretores que procuram o máximo de lucro para os patrões, administrando eficiente e apropriadamente em consonância com os interesses dos acionistas.

Apoiando-se em dedicados gerentes, são responsáveis por assegurar o crescimento da empresa, objetivando o máximo dos rendimentos presentes e futuros, com um mínimo de despesa, priorizando o interesse privado dos acionistas em detrimento do interesse social.
As grandes corporações, principalmente as do setor financeiro, todas privadas, estão a serviço do governo mundial, que as controla. Agem a serviço da globalização. O poder privado procura controlar o público através de vários mecanismos, seja pela corrupção, seja pelas "democráticas" eleições que manipulam através do dinheiro, desde o fornecimento de recursos financeiros para as campanhas eleitorais e/ou o exercício do governo.

O poder público, o governo, exceto dos cinco países citados na Parte I, não tem acesso às instâncias e mecanismos do Poder Real de nível médio para cima, tendo contato apenas com o nível baixo, os gerentes. Não tem nenhum controle ou influência sobre as grandes decisões.

No nível médio das instituições intermediárias do Poder Real, temos os diretores das empresas, que têm poder de decisão para implantar as medidas ditadas pelos acionistas. Esses dois níveis, o médio e o superior, comandam as grandes corporações multinacionais, instituições financeiras transnacionais, monopólios midiáticos.

O Poder Real utiliza as corporações privadas para direcionar e controlar as autoridades: governos, justiça, forças de segurança, entidades de controle e supervisão. Envolvem chefes de executivos, congressistas e juízes. Aplicam muito dinheiro financiando políticos governistas e oposicionistas, todos pesquisados, estudados e cuidadosamente selecionados, seja do parlamento ou do executivo. Presidentes e primeiros-ministros tornam-se meros executores de decisões ou programas que os diretores e os gerentes, ou organismos multilaterais, apresentam às instâncias governamentais.
Os gerentes das grandes corporações são pesquisados, submetidos a testes, rigorosamente controlados, rastreados pelos diretores e acionistas (o olho que tudo vê). Não podem ter conhecimento amplo, genérico, mas apenas de determinadas áreas. Conhecem a árvore, mas não podem conhecer a floresta, o que é reservado aos do nível médio para cima. Porém, são os agentes que se comunicam com as autoridades e outros atores ou organizações.

Quando não controlam totalmente as "regras" da democracia, influem poderosamente. Destinam polpudas verbas para financiamento de campanhas políticas. Com dinheiro, mídia e marketing, promovem ou enfraquecem partidos políticos e candidatos em intensas e massivas campanhas de curta duração que ocupam todos os espaços de propaganda e divulgação, fingindo uma isenção e um equilíbrio que induzem o eleitorado a ter a falsa impressão de que elegerão o candidato que escolheram com independência. E a população acredita que está em um processo verdadeiramente democrático.

Falam muito em democracia, pregam sua universalização, desde que não seja democratização do sistema financeiro, da economia e da mídia. O poderoso Senhor Dinheiro viaja em céu de brigadeiro por quase todo o planeta.

Moldar as Mentes

Os processos financeiros são rápidos e podem ser comandados à distância. Estão mais velozes graças à tecnologia. Os banqueiros dominam.

Porém, os processos sociais são, necessariamente, lentos; visam mudar culturas, conquistar e colonizar mentes, catequizar, desprezar valores éticos e morais, moldar as massas consoante os interesses do Governo Mundial. Para isso, utilizam duas importantes ferramentas: o sistema educacional e as mídias.

Os sistemas educacionais, a exemplo do Brasil, estão distorcidos, adulterando ou apagando culturas e promovendo baixíssimo nível educacional, para que os povos tornem-se acomodados, embrutecidos e apoiem o que os ideólogos da casta impingem. A mídia é fundamental, seja na produção de programas, documentários etc., de conteúdos ideológicos, desmoralizantes, desagregadores, seja criando linguagem chula, incentivando comportamentos em que a mediocridade, a libertinagem, o palavreado de baixo calão e a obscenidade tornem-se normais.
Já estamos vivendo a realidade do Governo Mundial que vem agindo aqui, sibilinamente, por muitas décadas, mas que aspira por ser mais formal, "legal" e consolidar a democracia que lhe interessa, isto é, sob o controle do dinheiro. E o capitalismo. Para isso, a geopolítica é fundamental. Com muito dinheiro, corrompem vários intelectuais, escritores e autores.

Assim, as dinastias financistas, de imensa fortuna, conseguem ter a liderança do Governo Mundial e, por consequência, dominam muitos países.

Na próxima parte, farei abordagem do governo Lula em meio a esta lógica.
 
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Parte III

Os governos Lula e o pseudogolpe

No desenvolvimento deste tópico, tentarei evitar conceituação, opinião ou análise. Pretendo ater-me a fatos indesmentíveis. Não adentrarei em casos de corrupção, inerente a modelos concentradores e indissociável do capitalismo. Mas também não vou apresentar um texto trincado; nem hipócrita isenção.

Lutei muito contra as privatizações tucanas, inclusive tendo que superar a desfaçatez de inúmeros cutistas que nada faziam, principalmente nas privatizações do estado do Rio de Janeiro, no governo Marcello Alencar, como no caso BANERJ e outros. Mas, cinicamente, apresentavam discurso contrário à privataria. Tenho farta documentação.

Entretanto, essa é uma etapa das privatizações em que os atores já são bastante conhecidos e desmoralizados. O livro “A Privataria Tucana” desnuda, mais uma vez, as grandes negociatas por detrás daquelas privatizações. É um triste episódio de nossa História que, por ser do domínio público, dispensa comentários neste texto. Vou direto à etapa seguinte.

Em 1987, participei de um debate realizado no luxuoso hotel Sofitel, em Copacabana, promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Lula foi o outro sindicalista convidado. Diante da “seleta” plateia, composta por empresários e banqueiros, houve o mais significativo silêncio quanto às minhas falações. Lula conquistou aplausos.

Alguns fatos

Quero, de início, chamar atenção para dois fatos ocorridos em novembro de 2002, com Lula já eleito, mas não empossado:

1º) O jornal Folha de S. Paulo noticiou que Lula passara um fim de semana na fazenda da família Moreira Salles, em Araxá-MG. A família é coproprietária da Cia. Brasileira de Metalurgia e Mineração em sociedade com a multinacional Molybdenium Corporation – Molycorp, subsidiária da Union Oil, por seu turno, empresa do grupo Occidental Petroleum – Oxxi (tudo em casa). Atua também em Amsterdã, Singapura e EUA. Explora o raro mineral NIÓBIO, indispensável para a criação de superaços, fabricação de mísseis, centrais nucleares, turbinas, naves espaciais, aviões, centrais elétricas. Os EUA, Europa e Japão são 100% dependentes do nióbio brasileiro; não possuem sequer um grama do mineral (exceção da França). A CBMM é dona da maior reserva mineral de nióbio do mundo, em Araxá, com valor não estabelecido, mas calculado em trilhões de dólares.

A família vendeu 15% de suas ações à empresa estatal japonesa, Japan Oil, Gas and Metals National Corporation, em parceria com um fundo de investimento coreano que representa os interesses da China. Tudo com a conivência do governo de Minas Gerais. Para as transações, funcionou um gigantesco e fértil campo de corrupção. Pecaminosamente, exporta-se o magnífico mineral desenfreadamente e a preço subfaturado. Porém, enorme quantidade é contrabandeada. Já houve denúncias de várias instituições e personalidades, inclusive de membros das Forças Armadas, mas o governo federal não tomou nenhuma providência e assiste a tudo com complacência e a aprovação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). É muito estranho que essas reservas do mineral estratégico e raro (cerca de 96% das reservas mundiais estão no Brasil) não tenham sido federalizadas. É gravíssima omissão do governo federal. Há grandes reservas em Goiás, Amazonas e em Raposa Serra do Sol. Em outros quatro países, as reservas que possuem não chegam a 4%.

2º) AO SAIR DE AUDIÊNCIA com o então presidente George Bush, em Washington, Lula anunciou que o presidente do Banco Central seria o Sr. Henrique Meireles, homem da absoluta confiança das “Think Tanks” das trezentas famílias. Tanto é que foi presidente internacional do Bank Boston (segundo maior credor do Brasil), o que só é possível com indicação ou aprovação do Ministério Rockefeller. Será que todo o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) não sabia disso? O banqueiro comandou a economia brasileira durante oito anos, com status de ministro, conferido por Lula, devido a acusações que lhe pesam de evasão de divisas, sonegação fiscal e falsidade ideológica. Acima do bem e do mal, não foi investigado. Cumpriu sua missão: conferiu extremados privilégios ao setor financeiro. Em recentes declarações, Lula afirmou que “nunca na história deste país, os banqueiros ganharam tanto dinheiro”.

A dívida pública

Fernando Henrique assumiu em 1995 com uma dívida de R$ 60 bilhões. Passou o governo a Lula, em janeiro de 2003, com a dívida em R$ 687 bilhões.

A Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), competente e sério grupo de voluntários, coordenado pela brilhante economista Maria Lucia Fattorelli, afirma que o estoque da dívida brasileira em 2011 superava a TRÊS TRILHÕES E TREZENTOS bilhões de reais, da seguinte forma: DÍVIDA INTERNA: R$ 2.536.065.586.017,68; DÍVIDA EXTERNA: US$ 492.385.201.828,23 (‘A Dívida Pública em Debate’- ACD - páginas 28/29).

Em 2012, pagou mais R$ 1 trilhão de reais referentes a juros e amortizações da dívida e mais a chamada rolagem. O governo apresenta cifra menor, pois considera apenas juros reais, quando o honesto é computar os juros nominais, isto é, incluir a correção; o que é pago, mais as amortizações e despesas com rolagem ou refinanciamento.

Entretanto, o mais grave é que a maior parte dessa dívida que começou a crescer em 1970 é ilegal e ilegítima, conforme muitas vezes denunciado e comprovado pela Auditoria Cidadã e pela CPI da Dívida em 2009/10. Há ainda o tal Carry Trade, verdadeira farra dos especuladores que fazem empréstimos no exterior a juros de 0,25% a 2% e trazem os dólares para emprestar ao Brasil, sendo remunerados aos juros mais altos do mundo. E mais: em 2007, quando o governo federal gastou R$ 237 bilhões com juros e amortizações da dívida interna e externa, sem contar o refinanciamento, ou seja, a rolagem da dívida, o governo isentou de Imposto de Renda os rendimentos auferidos por “aplicadores” estrangeiros, só restabelecendo a cobrança ao final do governo. O Banco Central (BACEN) compra os dólares trazidos pelos especuladores, assim como os recebidos pelos exportadores, e aplica em títulos do Tesouro Americano, que rendem menos de um terço dos juros pagos pelo governo brasileiro pelos títulos da dívida interna. Os prejuízos do Banco Central são recorrentes: em 2009, R$ 147 bilhões; 2010, R$ 50 bilhões; 2011(1º semestre), R$ 44,5 bilhões. O Tesouro cobre, isto é, nós, os contribuintes.

Apesar de ter assumido compromisso, o governo Lula não realizou auditoria dessa dívida. O Equador fez auditoria, contando com a colaboração do grupo brasileiro da Auditoria Cidadã. Restou comprovado que 70% (SETENTA POR CENTO) do que se apresentava eram manipulados, inexistentes. O presidente Rafael Correa convocou os credores e ofereceu pagamento de apenas 30%, alertando que quem não aceitasse procurasse a Justiça. Noventa e cinco por cento dos credores aceitaram o acordo. Os cinco por cento que não fizeram acordo, nem recorreram à Justiça, sumiram.

Outros países começam a estudar a realização de auditoria: Grécia, Argentina e Irlanda. No Brasil há um precedente importante. O governo Vargas, em 1931, mandou auditar a dívida. Comprovou-se que mais de 50% era ilegal e o estoque foi reduzido. Hoje, infelizmente, não há vontade política dos governantes, nem pressão dos organismos sociais, de se levantar a dívida verdadeira. Apesar de a maior parte do orçamento, 47,19%, destinar-se ao pagamento desse absurdo. Elementos simpáticos ao governo contestam esses números, apenas em discursos, sem apresentar comprovações conforme faz a Auditoria Cidadã da Dívida.

Petróleo

A Lei 9478/1997 pôs fim ao monopólio estatal do petróleo, criou o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), presidido pelo ministro de Minas e Energia, e a ANP (Agência Nacional de Petróleo), autarquia implantada em 1998 pelo Decreto 2455. A ANP concede à sua diretoria (diretor geral + quatro diretores, nomeados pelo presidente da República) autonomia e imensos poderes, inclusive o de elaborar a política nacional de petróleo e gás. O item IV do Decreto atribui à Agência a “Regulação Pautada na livre concorrência, na praticidade....”. Em suma: pode distribuir concessões para exploração de bacias sedimentares, inclusive a empresas estrangeiras, como tem feito. Igual ao Banco Central, suas portarias têm força de lei. Antes, havia o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), criado em 1938, do qual faziam parte os três ministros militares mais o ministro da Fazenda e o do Trabalho. Ao contrário da ANP, estatizou imediatamente todas as operações em curso e só permitiu a iniciativa privada em refinarias. Criada a Petrobras, passou para a empresa todas as informações que detinha. Por sua vez, a Petrobras repassou todas as informações para a ANP. Sessenta por cento (60%) das ações da Petrobras foram privatizadas.

A AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras) e outros organismos têm comprovado, através de competentes trabalhos, a atuação lesiva aos interesses nacionais dessa Agência. Lula prometera restabelecer os princípios da Lei 2004 que criou o monopólio estatal. Todavia, limitou-se à Lei nº 12.351/2010, que não mudou o marco regulatório para os campos abertos (regime de concessão), instituindo o regime de partilha apenas para o pré-sal. Contrariando todos os segmentos nacionalistas, Lula vetou o artigo 64 dessa Lei, que era uma emenda apresentada pelo senador Pedro Simon, que não permitia a devolução em petróleo dos royalties pagos em dinheiro pelo vencedor de uma licitação que produza petróleo. Na prática, é isenção de imposto. A emenda teve inspiração da AEPET e de todos os seguimentos nacionalistas. O Wikileaks, ratificando a AEPET, comprovou que o veto foi por pressão do governo americano e do cartel internacional do petróleo. Assim, concede-se isenção de impostos (devolução dos royalties), cujo montante até 2020 é estimado em US$ 30 bilhões. As alterações do marco regulatório para o pré-sal, através dessa Lei, só foram divulgadas após uma visita de Lula, acompanhado da ministra de Minas e Energia, ao presidente Barack Obama.

Já foram privatizados, tirando da Petrobras, 41,7 mil km² da reserva do pré-sal, ou seja, 28% de toda a província. Para conhecer melhor, deve-se acessar o site da AEPET e os trabalhos do geólogo João Victor Campos e do engenheiro Fernando Siqueira. Lula criticava com veemência os leilões de bacias sedimentares, mas realizou vários, suspendendo-os quando da descoberta do pré-sal. Porém, o governo Dilma já anunciou que serão retomados a partir de abril.

As privatizações e a oligopolização da economia
“É basicamente através do BNDES que nós estamos organizando o capitalismo brasileiro. As pessoas não sabem disso. Mas nós estamos reorganizando o capitalismo brasileiro”, Fernando Henrique Cardoso em entrevista à revista Lua Nova, em 1997.

O BNDES concede financiamentos a taxas que vão de 4,5% ao ano (PSI – Programa de Sustentação de Investimento) a outras um pouco superiores, mas sempre abaixo da taxa SELIC. Usa, geralmente, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6%. Deve destinar os financiamentos às micro, pequenas e médias empresas, apoiar a agricultura, infraestrutura (saneamento, transporte, energia), investimentos sociais (educação, saúde), máquinas e equipamentos fabricados no país, incremento às exportações.

Todavia, igual a FHC, Lula e Dilma usaram recursos do banco para financiar privatizações, até para empresas estrangeiras. Em 2011, o governo privatizou o terminal de São Gonçalo do Amarante-RN. Seguiu-se a dos três principais aeroportos do país, que respondem por 30% do fluxo de passageiros e 57% do movimento de carga. O BNDES financiará de 80% a 90% dos itens financiáveis, para entrega do controle por 180 meses para as vencedoras de Guarulhos e Campinas e 240 meses para a de Viracopos. Privatizou 2,6 mil quilômetros de rodovias federais para o grupo espanhol OHL, por 25 anos. Concedeu, por 30 anos, à Vale, 720 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul. Privatizou as hidrelétricas Santo Antônio e Jirau. E algumas reservas petrolíferas. E impõe “parcerias" aos três maiores fundos de pensão do país, de estatais.

Prática predatória

O TESOURO CAPTA centenas de bilhões de reais pagando juros à taxa Selic (10,75%, 17% etc., conforme o ano), e os transfere para o BNDES, que empresta a empresas a juros baixos, para aquisição de outras empresas, fugindo às finalidades do banco. Recursos públicos usados para criação de megacorporações privadas, inclusive financeiras. FHC oligarquizou o ramo financeiro aplicando essa política. Bancos engoliram outros bancos. Lula praticou essa política em outros segmentos da economia, principalmente empreiteiras (mas não só). Camargo Correia, Odebrecht, Queiroz Galvão, Mendes Junior etc. agigantaram-se graças a juros subsidiados e passaram a atuar em vários setores da economia, como: petroquímica, transportes, administração de estradas, ferrovias, energia, siderurgia, têxtil, calçados, serviços de saúde, fundos de investimentos etc. e passaram a atuar no exterior.

A Andrade Gutierrez é dona da Telemar, que é dona da OI, que comprou a Brasil Telecom (Contax) graças ao BNDES ter emprestado R$ 2,6 bilhões em 2008 e R$ 4,4 bilhões em 2009. Na operação, houve denúncias de doações a parentes de pessoas do governo. Essa empreiteira hoje tem também as seguintes empresas: Sanepar, Aeris, Dominnó Holding S.A., Water Port S.A., Corporación Quiport, CCR- Cia. de Concessões Rodoviárias, RME – Rio Minas Energia.

A JBS Friboi (carne bovina) recebeu empréstimo de uma só vez de R$ 7,5 bilhões e entrou no mercado de capitais em 2007. Adquiriu a Swift Armour Argentina, a Swift Foods & Co., dos EUA, a Inalca (Itália) e a Tatiara Meat Company, da Austrália. Lançou debêntures e o BNDES adquiriu 65% por R$ 2,2 bilhões. E mais: em 2009 o BNDES jogou na Bertin a fábula de R$ 5,7 bilhões, logo depois comprada pela JBS, surgindo uma nova holding, que comprou a Pilgrim’s Pride. Lançou debêntures no total de R$ 3,4 bilhões e 99% foram compradas pelo BNDES. As operações não criaram nenhum emprego no Brasil.

O Banco do Brasil e a CEF também foram usados. O primeiro comprou 49,99% das ações do Banco Votorantim, pagando o preço de todo o banco que estava praticamente falido. E o BNDES concedeu R$ 2,4 bilhões para a Votorantin Papel e Celulose comprar ações da Aracruz Celulose, que estava em dificuldade. Lula não cumpriu a prometida revisão da privatização da Vale (do Rio Doce), das teles e das elétricas, que envolvem a segurança nacional. Sua política foi a mesma de FHC: o Estado fica com os prejuízos e os ganhos ficam com os magnatas.

Há muito mais temas para citar, como os privilégios para o agronegócio, a reforma da Previdência de 2003, a “desoneração da folha”, não revalidação da Convenção 158 da OIT... Assinou Acordo Militar com os EUA, ressuscitando o que fora denunciado pelo general Geisel.

Encerramento: é Lula um apedeuta?

Muitos pensam ser Lula um ignorante, por não ter concluído o curso primário. Não é. Além da qualidade de liderança, tem em seu currículo alguns cursos. Exemplos: em 1968, fez curso de sindicalismo no IADESIL (Instituto Americano de Sindicalismo Livre, criado pela AFL-CIO - American Federation of Labor-Congress of Industrial Organizations –, a central sindical dos EUA, com vínculos com a CIA - Central Intelligence Agency).

O instituto instalou-se em São Paulo em 1963, quando a CIA preparava o golpe de 1964. Ministra cursos de sindicalismo com a ideologia do imperialismo norte-americano, com maquiagem de esquerda. Levou a CUT a filiar-se à AFL-CIO, triste episódio numa fatídica plenária nacional da central, da qual participei, posicionando-me contrariamente.

Segundo o livro “Jogo Duro” do empresário Mario Garnero (páginas 130/5, Editora Best Seller, 1988 - teve várias edições e nunca foi desmentido), Lula fez curso de sindicalismo, em 1973, na Johns Hopkins University - Baltimore-Maryland, EUA.

Logo, Lula não é ignorante. Sua primeira e importante tarefa foi cumprida à risca. Era a de ajudar a impedir a chegada de Leonel Brizola à presidência, pelas razões conhecidas. Inteligente, coloca em prática com mestria os projetos que recebe para desenvolver, mobilizando todas as instâncias políticas, governamentais, empresas, instituições sociais, mídia.

Ora, por que razão o governo mundial golpearia tão importante colaborador? Pode até já não mais haver interesse nesse personagem, devido aos profundos desgastes dele, de seu partido e aliados. Poderão descartá-lo, pois não faltam substitutos, nem novos nem os experientes que já governaram e hoje são oposicionistas. Mas, daí a ser um golpe, há uma distância abissal. Os abundantes casos de corrupção, que foram denunciados por insatisfeitos próceres do próprio governo, deixam claro que deve haver dossiês prontos, para serem usados na hora propícia. Problema deles. “Quem com porcos se mistura...”.

Em tempo: provavelmente há também grande insatisfação dos acionistas da Petrobras e da Eletrobras, principalmente os estrangeiros, com as pesadas perdas que vêm sofrendo.



Ronald Barata é bacharel em direito, aposentado, ex-bancário, ex-comerciário e ex-funcionário público. Também foi militante estudantil e hoje atua no Movimento de Resistência Leonel Brizola. Autor do livro O falso déficit da previdência.

A História Secreta da Renúncia de Bento XVI

http://www.advivo.com.br/blog/antonio-ateu/crise-a-historia-secreta-da-renuncia-de-bento-xvi


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Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Paris.

Muito longe do céu e muito perto dos pecados terrestres, sob o mandato de Bento XVI o Vaticano foi um dos Estados mais obscuros do planeta. Joseph Ratzinger teve o mérito de expor o imenso buraco negro dos padres pedófilos, mas não o de modernizar a igreja ou as práticas vaticanas. Bento XVI foi, como assinala Philippe Portier, um continuador da obra de João Paulo II: “desde 1981 seguiu o reino de seu predecessor acompanhando vários textos importantes que redigiu: a condenação das teologias da libertação dos anos 1984-1986; o Evangelium vitae de 1995 a propósito da doutrina da igreja sobre os temas da vida; o Splendor veritas, um texto fundamental redigido a quatro mãos com Wojtyla”. Esses dois textos citados pelo especialista francês são um compêndio prático da visão reacionária da igreja sobre as questões políticas, sociais e científicas do mundo moderno.

O Monsenhor Georg Gänsweins, fiel secretário pessoal do papa desde 2003, tem em sua página web um lema muito paradoxal: junto ao escudo de um dragão que simboliza a lealdade o lema diz “dar testemunho da verdade”. Mas a verdade, no Vaticano, não é uma moeda corrente. Depois do escândalo provocado pelo vazamento da correspondência secreta do papa e das obscuras finanças do Vaticano, a cúria romana agiu como faria qualquer Estado. Buscou mudar sua imagem com métodos modernos. Para isso contratou o jornalista estadunidense Greg Burke, membro da Opus Dei e ex-integrante da agência Reuters, da revista Time e da cadeia Fox. Burke tinha por missão melhorar a deteriorada imagem da igreja. “Minha ideia é trazer luz”, disse Burke ao assumir o posto. Muito tarde. Não há nada de claro na cúpula da igreja católica.

A divulgação dos documentos secretos do Vaticano orquestrada pelo mordomo do papa, Paolo Gabriele, e muitas outras mãos invisíveis, foi uma operação sabiamente montada cujos detalhes seguem sendo misteriosos: operação contra o poderoso secretário de Estado, Tarcisio Bertone, conspiração para empurrar Bento XVI à renúncia e colocar em seu lugar um italiano na tentativa de frear a luta interna em curso e a avalanche de segredos, os vatileaks fizeram afundar a tarefa de limpeza confiada a Greg Burke. Um inferno de paredes pintadas com anjos não é fácil de redesenhar.

Bento XVI acabou enrolado pelas contradições que ele mesmo suscitou. Estas são tais que, uma vez tornada pública sua renúncia, os tradicionalistas da Fraternidade de São Pio X, fundada pelo Monsenhor Lefebvre, saudaram a figura do Papa. Não é para menos: uma das primeiras missões que Ratzinger empreendeu consistiu em suprimir as sanções canônicas adotadas contra os partidários fascistóides e ultrarreacionários do Mosenhor Levebvre e, por conseguinte, legitimar no seio da igreja essa corrente retrógada que, de Pinochet a Videla, apoiou quase todas as ditaduras de ultradireita do mundo.

Bento XVI não foi o sumo pontífice da luz que seus retratistas se empenham em pintar, mas sim o contrário. Philippe Portier assinala a respeito que o papa “se deixou engolir pela opacidade que se instalou sob seu reinado”. E a primeira delas não é doutrinária, mas sim financeira. O Vaticano é um tenebroso gestor de dinheiro e muitas das querelas que surgiram no último ano têm a ver com as finanças, as contas maquiadas e o dinheiro dissimulado. Esta é a herança financeira deixada por João Paulo II, que, para muitos especialistas, explica a crise atual.

Em setembro de 2009, Ratzinger nomeou o banqueiro Ettore Gotti Tedeschi para o posto de presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do Vaticano. Próximo à Opus Deis, representante do Banco Santander na Itália desde 1992, Gotti Tedeschi participou da preparação da encíclica social e econômica Caritas in veritate, publicada pelo papa Bento XVI em julho passado. A encíclica exige mais justiça social e propõe regras mais transparentes para o sistema financeiro mundial. Tedeschi teve como objetivo ordenar as turvas águas das finanças do Vaticano. As contas da Santa Sé são um labirinto de corrupção e lavagem de dinheiro cujas origens mais conhecidas remontam ao final dos anos 80, quando a justiça italiana emitiu uma ordem de prisão contra o arcebispo norteamericano Paul Marcinkus, o chamado “banqueiro de Deus”, presidente do IOR e máximo responsável pelos investimentos do Vaticano na época.

João Paulo II usou o argumento da soberania territorial do Vaticano para evitar a prisão e salvá-lo da cadeia. Não é de se estranhar, pois devia muito a ele. Nos anos 70, Marcinkus havia passado dinheiro “não contabilizado” do IOR para as contas do sindicato polonês Solidariedade, algo que Karol Wojtyla não esqueceu jamais. Marcinkus terminou seus dias jogando golfe em Phoenix, em meio a um gigantesco buraco negro de perdas e investimentos mafiosos, além de vários cadáveres. No dia 18 de junho de 1982 apareceu um cadáver enforcado na ponte de Blackfriars, em Londres. O corpo era de Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano. Seu aparente suicídio expôs uma imensa trama de corrupção que incluía, além do Banco Ambrosiano, a loja maçônica Propaganda 2 (mais conhecida como P-2), dirigida por Licio Gelli e o próprio IOR de Marcinkus.

Ettore Gotti Tedeschi recebeu uma missão quase impossível e só permaneceu três anos a frente do IOR. Ele foi demitido de forma fulminante em 2012 por supostas “irregularidades” em sua gestão. Tedeschi saiu do banco poucas horas depois da detenção do mordomo do Papa, justamente no momento em que o Vaticano estava sendo investigado por suposta violação das normas contra a lavagem de dinheiro. Na verdade, a expulsão de Tedeschi constitui outro episódio da guerra entre facções no Vaticano. Quando assumiu seu posto, Tedeschi começou a elaborar um informe secreto onde registrou o que foi descobrindo: contas secretas onde se escondia dinheiro sujo de “políticos, intermediários, construtores e altos funcionários do Estado”. Até Matteo Messina Dernaro, o novo chefe da Cosa Nostra, tinha seu dinheiro depositado no IOR por meio de laranjas.

Aí começou o infortúnio de Tedeschi. Quem conhece bem o Vaticano diz que o banqueiro amigo do papa foi vítima de um complô armado por conselheiros do banco com o respaldo do secretário de Estado, Monsenhor Bertone, um inimigo pessoal de Tedeschi e responsável pela comissão de cardeais que fiscaliza o funcionamento do banco. Sua destituição veio acompanhada pela difusão de um “documento” que o vinculava ao vazamento de documentos roubados do papa.

Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A hierarquia católica deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral. Nada muito diferente do mundo no qual vivemos: corrupção, capitalismo suicida, proteção de privilegiados, circuitos de poder que se autoalimentam, o Vaticano não é mais do que um reflexo pontual e decadente da própria decadência do sistema.


Tradução: Katarina Peixoto

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Prejuízo da Petrobrás: a grande mentira

http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8088:submanchete080213&catid=72:imagens-rolantes


Escrito por Emanuel Cancella

Sexta, 08 de Fevereiro de 2013


A Petrobrás é uma empresa estatal. Uma das diferenças entre uma empresa privada e uma estatal é o seu compromisso não apenas com o lucro, mas com um projeto de desenvolvimento nacional. Por isso é preciso desconfiar quando se alardeia que "a Petrobrás teve prejuízo em 2012", o que é uma grande mentira. Como nada acontece por acaso, não demorou a serem plantadas justificativas para a privatização, como "saída inevitável para a crise". O fato é que as aves de rapina não descansam. Estão sempre prontas a dar o bote.

Vamos colocar os pingos nos is: a Petrobrás lucrou em 2012 R$21,1 bilhões. Isso depois de produzir, refinar, comercializar, transportar e garantir o abastecimento de derivados de petróleo em todo o país. Aliás, essa é a sua função constitucional. A título de comparação, entre as empresas brasileiras, a Petrobrás continuou na liderança. Depois dela veio o Banco Itaú, que lucrou R$ 13,59 bi. Mas os bancos se utilizam de várias brechas legais para burlar o pagamento de impostos e não têm compromisso social, não investem no desenvolvimento nacional (ao contrário do que fazem as empresas estatais).

Por exemplo: a Petrobrás paga royalties à União, aos estados e municípios. A companhia também financia 50% do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. É, ainda, a empresa que mais paga impostos para União, estados e municípios. Sem contar os inúmeros projetos culturais. Alguma outra empresa ficaria oito anos com o preço da gasolina congelado, para impedir que a inflação e os preços disparassem? E isso pode ser considerado ruim para o povo brasileiro? É bom refletir sobre o papel social da empresa, antes de aplaudir aqueles de raciocínio estreito que só calculam o lucro imediato. Historicamente, quem sempre financiou o desenvolvimento do nosso país foi o capital estatal.

Mas por que a Petrobrás lucrou menos em 2012?

A crítica à Petrobrás é por conta da queda de seu lucro em 32%. Um dos principais motivos da queda nos lucros da Petrobrás foi a importação de gasolina durante certo período, em consequência da necessidade de suprir o mercado interno. Para estimular a indústria de automóveis, o governo isentou os compradores do pagamento do IPI. Resultado: aumentou significativamente a frota de automóvel nas ruas, sem esperar que a empresa se preparasse para a nova demanda.

Para atender o crescimento do consumo, a Petrobrás precisou importar parte da gasolina, pagando mais caro, e revendeu no mercado interno subsidiando parte do seu custo. Mas a pergunta que não quer calar: por que a Petrobrás também teve que subsidiar a gasolina repassada aos postos de bandeira estrangeira (Shell, Esso, Texaco, Repsol etc.)? Por que os postos de bandeira estrangeira não dividiram o prejuízo no custo final da gasolina com a Petrobrás? Com a palavra, a responsável pela fiscalização, Agência Nacional de Petróleo e Gás Combustível – ANP.

Mas a Petrobrás – repetimos – ainda é uma empresa estatal e, por isso, pensa no futuro e não apenas no lucro imediato. A preocupação com o futuro levou à construção de mais cinco refinarias o que, além de suprir o mercado interno, vai permitir a exportação de derivados de petróleo.

Então, por que privatizar?

A sociedade tem que ficar atenta, já que a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, encabeça uma campanha junto à grande mídia para desgastar a companhia e possibilitar a privatização da Petrobrás, seja por inteiro ou, como já se cogita nos bastidores: a criação de uma empresa de refino e a venda de 30% das ações dessa empresa.

Foster também já vendeu blocos de petróleo, o BS-4, na Bacia de Santos, para o megaempresário Eike Batista, através do plano de desinvestimento. Ou seja, Foster está entregando nossos poços de petróleo, que são patrimônio de todo o povo brasileiro. Será que teremos uma nova "privataria" pela frente?

Como os trabalhadores já fizeram no passado – nas campanhas Fora Collor e Fora FHC -, principalmente por conta das privatizações, está na hora da campanha Fora Graça Foster Já! Será que as crises nos Estados Unidos, na Europa e que se refletem em todo o mundo não foram suficientes para mostrar o quanto o neoliberalismo é nocivo?

Sindicatos discutem saída da presidente Graça Foster

Os sindicatos de petróleo ligados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) já discutem ação na justiça para a destituição da presidente da Petrobrás e de sua diretoria, por priorizarem metas alheias ao interesse nacional, e por macularem a imagem da Petrobrás. Foster tem anunciado na imprensa a necessidade de sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, o que prejudica a sociedade que é quem paga a conta, e também alimentaria a alta da inflação. Uma das formas de resolver esse problema seria rever a margem de lucro das distribuidoras, por exemplo.

Por outro lado, os aumentos favorecem os acionistas. Em Londres, no dia 3/7/12, publicado em o Globo, Foster declarou a investidores estrangeiros: "Vamos dedicar as nossas vidas para recuperar o valor das suas ações". Além disso, Foster tem sido a grande defensora dos leilões de petróleo, que é a entrega do nosso petróleo. A presidente da Petrobrás utiliza a mesma estratégia das privatizações da era Collor e FHC: deprecia a empresa para justificar a privatização.

A presidente da Petrobrás se autointitulou ex-catadora de papel. Mas, como ex-baixa renda, deveria se preocupar com as donas de casa brasileiras que, no interior, estão abandonando o gás de cozinha e utilizando lenha e carvão por conta do preço do botijão. Foster também poderia se esforçar para aumentar o subsídio do diesel, aliviando o bolso dos trabalhadores que gastam metade de um salário mínimo para ir e voltar do trabalho. Mas Foster parece preocupada apenas com o investidor estrangeiro.

Emanuel Cancella é coordenador da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) e do Sindipetro-RJ.