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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sorria, Terceiro Mundo: EUA e Europa estão te observando

 
"A humanidade conhece dois flagelos que a atormentaram em sua história:o imperialismo, que, ao suprimir a livre determinação dos povos, a soberania das nações e a independência econômica dos países, os priva de sua liberdade essencial; e as ditaduras, que, ao suprimir em parte a liberdade individual, ofuscam o homem. As ditaduras são de efeito limitado no tempo e no espaço, duram o que dura o homem que as exerce e alcançam apenas uma ação parcial. Os imperialismos são permanentes e alcançam a todos. Por isso a ditadura se abate por reação local; e o imperialismo só cede ante a ação de todos. (...) A guerra se produz por desígnio dos homens, não por sua fatalidade. As causas de 90% das guerras suportadas pela humanidade, desde o mundo antigo até nossos dias, foram os imperialismos".  Juan Domingo Perón

"Ainda vivemos numa época em que o homem deve lutar e morrer para ter direito a transformar-se em cidadão de uma nação? (...) Não há nesta terra vontades suficientes para impor a razão à injustiça? (...) A morte do colonialismo é, ao mesmo tempo, a morte do colonizado e a morte do colonizador. (...) Queremos e faremos isso. Não acreditamos que exista força capaz de impedi-lo". Frantz Fanon

Sorria, Terceiro Mundo, os políticos norte-americanos estão olhando para você. Precisam de você para suas campanhas eleitorais. Precisam de você morto e televisionado para truinfar na eleição de seus candidatos a cada ano. Com você e sua família assassinados, vão apaziguar os temores e as frustrações de seus povos, sujeitos a uma campanha midiática e cinematográfica de terrorismo ideológico permanente. A indústria cultural lhes mostra que, fora de seus cálidos lares capitalistas, está a barbárie e esconde-se o perigo. Ensinam ao povo que aqui, em nossos continentes, abriga-se o mal e reproduz-se o terrorismo.
As ações promovidas pela barbárie ocidental nos últimos dois séculos devem nos servir de escola. Com essa experiencia, devemos detectar uma lei da divisão internacional do planeta, que estabelece que nós, os habitantes das nações do sul da terra, somos um objetivo militar, e que as metrópoles são nossos supostos legítimos executores. Cada um dos objetivos militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ou da CIA, sejam soldados, presidentes ou crianças, é usado para manter a estabilidade política e econômica interna de seus Estados.

Os atos do terrorismo norte-americano e europeu contra o Terceiro Mundo não encontram limites. Bombardeiam países, destroem sua infraestrutura, seus patrimônios culturais, e matam as populações sob os mísseis ou pela fome resultante das conflagrações. Não importa se o assassinado a televisionar seja um socialista democrático como Salvador Allende ou se é preciso montar um documentário com o enforcado Saddam Hussein. Não interessa se matam soldados como Osama bin Laden, buscam assassinar presidentes como Evo Morales ou executam jovens e crianças à luz da opinião pública mundial, como é o caso do filho e dos três netos de Muamar Kadafi.

Em tempos de campanha, os políticos das metrópoles fazem apologia dos crimes de guerra mais atrozes, como o afundamento do cruzador General Belgrano nas Malvinas ou a execução das centenas de milhares de supostos comunistas na Operação Condor. Na hora de assassinar e promover as torturas, os desaparecimentos e os sequestros, certamente Margaret Thatcher, Ronald Reagan, George Bush ou atualmente Barack Obama observaram as pesquisas e escutaram seus assessores.

Pelo modo como agiram, é inegável que descobriram que matar brutalmente latino-americanos, africanos ou asiáticos alimenta o ego de boa parte da opinião pública das metrópoles. Para as potências, quando buscam seus interesses, não há leis, não há valores, não há processos judiciais, existe apenas a aplicação da força, que é o direito dos animais.

Tal qual estabeleceu e profetizou Juan Perón na epígrafe, o flagelo do imperialismo é um presente trágico para a Ásia, para a África ou para a América Latina. Sorria, Terceiro Mundo, as metrópoles pensam em você e, quando precisarem vencer uma eleição, você fará parte de sua plataforma eleitoral. Se, ao contrário do mandato criminoso que a OTAN e seus aliados nos impõem, acreditamos que a paz e a liberdade são a razão de nossos povos, retomemos a vontade de Fanon e, junto com ele, nos convençamos de que "não acreditamos que exista força capaz de impedi-lo".
*Artgo publicado originalmente no site Rebelión.

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