Andressa teria tentado subornar juiz do processo da Operação Monte Carlo
Foto: Sebastião Nogueira/O Popular/Futura Press
Foto: Sebastião Nogueira/O Popular/Futura Press
Segundo a Justiça, na suposta tentativa de chantagem ocorrida na última
quinta-feira, a mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, teria
informado ao juiz Alderico Rocha Santos a existência de um dossiê
contendo informações desfavoráveis ao magistrado responsável pelo
processo da Operação Monte Carlo. O material seria publicado pelo
jornalista Policarpo Júnior na revista Veja. Se
o juiz concedesse liberdade ao contraventor e o absolvesse das
acusações ofertadas pelo Ministério Público, Andressa disse que poderia
evitar a divulgação do material.
O
conteúdo da suposta corrupção ativa praticada pela mulher de Cachoeira
consta na decisão do juiz federal Mark Yshida Brandão, diretor do Foro
da Seção Judiciária de Goiás, em resposta à representação encaminhada
pelo Ministério Público Federal. Baseado na denúncia de Alderico Rocha, o
MPF entrou com pedido de mandados de condução coercitiva para Andressa e
de busca e apreensão em sua casa, além de medidas cautelares pessoais
contra a companheira do bicheiro.
Entre
as determinações, Andressa está proibida de acessar ou frequentar o
prédio da Justiça Federal de Goiás; de manter qualquer contato, pessoal,
telefônico ou por qualquer outro meio, ainda que por outra pessoa, com o
juiz Alderico; de manter contato com qualquer um dos réus investigados
pela Operação Monte Carlo. A decisão da Justiça Federal de Goiás foi
publicada na página oficial do órgão no início da tarde desta
segunda-feira.
Na
decisão, o diretor do Foro achou oportuno destacar trecho do ofício
enviado por Alderico Rocha, onde relata que "a referida senhora
continuou a insistir para que este juiz revogasse a prisão do seu marido
Carlos Augusto, argumentando que o referido dossiê iria, também,
constranger o juiz Wilson Dias, afirmando que o mesmo é compadre deste
juiz e que sabia da convivência familiar existente".
"A
gravidade dos fatos noticiados, decorrente da ousadia e destemor
demonstrados pela requerida ao tentar intimidar e chantagear o juiz
federal encarregado da condução do processo pertinente a Operação Monte
Carlo, por si só, exige a imediata aplicação de medida capaz de obstar
novas incursões da requerida e proteger o juiz federal Alderico Rocha
Santos de qualquer tentativa de intimidação, a fim de que possa
desempenhar o seu mister", escreveu Brandão.
A redação do Terra entrou em contato com a Veja ,
mas o diretor de redação, Eurípedes Alcântara, ainda não havia dado um
posicionamento a respeito da denúncia que cita a revista de circulação
nacional.
Hoje
pela manhã, Andressa foi ouvida na Delegacia da Superintendência da
Polícia Federal de Goiânia, onde prestou esclarecimentos sobre a suposta
chantagem feita ao juiz Alderico. A Justiça decidiu que ela terá três
dias para pagar uma fiança estipulada em R$ 100 mil, como forma de
garantir o cumprimento das medidas cautelares impostas e assegurar o seu
comparecimento ao Juízo Federal todas as vezes em que for intimida.
"Ela
pode ficar presa em caso de descumprimento de uma das determinações
cautelares determinadas pela Justiça. Ela está proibida de entrar em
contato, inclusive por telefone, com qualquer um dos investigados pela
Operação Monte Carlo", explicou o delegado.
Se
for indiciada e condenada por corrupção ativa, Andressa poderá pegar de
dois a 12 anos de prisão, além de pagar multa. Na casa onde vive a
mulher de Cachoeira foram apreendidos dois computadores e dois tablets
que serão periciados.
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