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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Usuários criticam nova política de privacidade do Google

http://idgnow.uol.com.br/internet/2012/01/26/usuarios-criticam-nova-politica-de-privacidade-do-google/

1984 big brother google "nova ordem mundial" espião espionar privacidade

Falta da opção de opt-out, que permita recusar a consolidação das informações coletadas em todos os serviços da empresa, já começa a incomodar.

A nova política de privacidade anunciada pela Google esta semana só entra em vigor em março, mas já está provocando polêmica na Internet. O que tem deixado a blogosfera e alguns usuários em alvoroço é a possibilidade da empresa não oferecer aos internautas uma opção de opt-out. Se você não quiser que suas informações do Gmail, YouTube e da ferramenta de buscas sejam combinadas em um único repositório de dados pessoais que pode traçar um quadro detalhado de você, a única opção, dizem, é parar de usar os serviços do Google. A possibilidade de mudança unilateral incomoda esses usuários.

Eitan Bencuya, porta-voz do Google, afirma que a empresa já vem combinando as informações dos usuários em diferentes serviços há algum tempo. Por exemplo, se um usuário começa a digitar um nome para o aplicativo Calendário, o nome será auto-completado com os contatos da conta Gmail do usuário. Com as próximas mudanças, a empresa está expandindo esse esforço e combinando as informações de todos os seus produtos e serviços, disse ele.

Mas muitos usuários estão desconfiados. Uma enquete promovida pelo jornal Washington Post com 13.541 leitores revelou que 66% deles pretendem cancelar as suas contas do Google por causa das mudanças anunciadas. Só 15% disseram que não abandonariam o Google e 19% disseram que não saberiam dizer como iriam reagir.

"As pessoas estão chateados por dois motivos, o primeiro é que o Google só agora está tornando explícita esta utilização de dados, e a segunda é que não há nenhuma maneira de recusar a consolidação e ainda continuar usando qualquer serviço do Google", disse Dan Olds, analista do The Gabriel Consulting Group.

"Não é que a Google esteja coletando mais informações. Ela está combinando informações de todos os seus diversos produtos e serviços e usando-as para segmentar anúncios. Acho que alguns usuários e defensores da privacidade estão olhando para isto como uma prática perigosa."

Este último alvoroço vem na esteira de outras armadilha de relações públicas. O buscador Google começou a integrar conteúdos do Google+ este mês em seus resultados, levando concorrentes, como o Twitter e o Facebook a acusarem a empresa de estar passando dos limites.

Estes movimentos podem ter alertado os defensores da privacidade, mas não são nenhuma surpresa para quem segue os movimentos da Google e seus serviços, observam vários analistas.

"Eu acho que, potencialmente, é uma questão muito séria, dado o fato de que ess nova polítca de privacidade descreve a intenção do Google de coordenar as informações recolhidas em toda a sua grande variedade de produtos, tais como a busca, o YouTube e o Gmail", disse Brad Shimmin, analista da Current Analysis .

"Esta é uma evolução natural de seu modelo de negócio, claro ... Infelizmente, o nível de detalhes acumulados pela Google sobre seus usuários não surpreende, diante do modelo de negócios da empresa para busca e publicidade, e do fato de que ambos têm como objetivo proporcionar relevância." Acumulando informações dos usuários tanto quanto possível, o Google fortalece sua posição em relação ao Facebook no mercado de publicidade online.

"Os anúncios publicitários segmentados ​​são muito mais eficazes do que os anúncios aleatórios, por vezes com melhores taxas de resposta. Isso é ouro para os anunciantes, e eles vão pagar muito mais para garantir que suas mensagens serão exibidas nas telas de pessoas provavelmente muito mais interessadas em seus produtos."

Sobre a opção de opt-out, Bencuya, do Google, garante que se um usuário não estiver logado em sua conta Google, Gmail ou Picasa, a empresa não terá como reconhecê-lo e não poderá associar as buscas com a sua identidade. O Google sempre funcionou assim e continuará funcionando, segundo ele.

(Sharon Gaudin)

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