http://idgnow.uol.com.br/internet/2012/01/26/usuarios-criticam-nova-politica-de-privacidade-do-google/
1984 big brother google "nova ordem mundial" espião espionar privacidade
Falta da opção de opt-out, que permita recusar a consolidação das informações coletadas em todos os serviços da empresa, já começa a incomodar.
A nova política de privacidade anunciada pela Google esta semana só entra em vigor em março, mas já está provocando polêmica na Internet. O que tem deixado a blogosfera e alguns usuários em alvoroço é a possibilidade da empresa não oferecer aos internautas uma opção de opt-out. Se você não quiser que suas informações do Gmail, YouTube e da ferramenta de buscas sejam combinadas em um único repositório de dados pessoais que pode traçar um quadro detalhado de você, a única opção, dizem, é parar de usar os serviços do Google. A possibilidade de mudança unilateral incomoda esses usuários.
Eitan Bencuya, porta-voz do Google, afirma que a empresa já vem combinando as informações dos usuários em diferentes serviços há algum tempo. Por exemplo, se um usuário começa a digitar um nome para o aplicativo Calendário, o nome será auto-completado com os contatos da conta Gmail do usuário. Com as próximas mudanças, a empresa está expandindo esse esforço e combinando as informações de todos os seus produtos e serviços, disse ele.
Mas muitos usuários estão desconfiados. Uma enquete promovida pelo jornal Washington Post com 13.541 leitores revelou que 66% deles pretendem cancelar as suas contas do Google por causa das mudanças anunciadas. Só 15% disseram que não abandonariam o Google e 19% disseram que não saberiam dizer como iriam reagir.
"As pessoas estão chateados por dois motivos, o primeiro é que o Google só agora está tornando explícita esta utilização de dados, e a segunda é que não há nenhuma maneira de recusar a consolidação e ainda continuar usando qualquer serviço do Google", disse Dan Olds, analista do The Gabriel Consulting Group.
"Não é que a Google esteja coletando mais informações. Ela está combinando informações de todos os seus diversos produtos e serviços e usando-as para segmentar anúncios. Acho que alguns usuários e defensores da privacidade estão olhando para isto como uma prática perigosa."
Este último alvoroço vem na esteira de outras armadilha de relações públicas. O buscador Google começou a integrar conteúdos do Google+ este mês em seus resultados, levando concorrentes, como o Twitter e o Facebook a acusarem a empresa de estar passando dos limites.
Estes movimentos podem ter alertado os defensores da privacidade, mas não são nenhuma surpresa para quem segue os movimentos da Google e seus serviços, observam vários analistas.
"Eu acho que, potencialmente, é uma questão muito séria, dado o fato de que ess nova polítca de privacidade descreve a intenção do Google de coordenar as informações recolhidas em toda a sua grande variedade de produtos, tais como a busca, o YouTube e o Gmail", disse Brad Shimmin, analista da Current Analysis .
"Esta é uma evolução natural de seu modelo de negócio, claro ... Infelizmente, o nível de detalhes acumulados pela Google sobre seus usuários não surpreende, diante do modelo de negócios da empresa para busca e publicidade, e do fato de que ambos têm como objetivo proporcionar relevância." Acumulando informações dos usuários tanto quanto possível, o Google fortalece sua posição em relação ao Facebook no mercado de publicidade online.
"Os anúncios publicitários segmentados são muito mais eficazes do que os anúncios aleatórios, por vezes com melhores taxas de resposta. Isso é ouro para os anunciantes, e eles vão pagar muito mais para garantir que suas mensagens serão exibidas nas telas de pessoas provavelmente muito mais interessadas em seus produtos."
Sobre a opção de opt-out, Bencuya, do Google, garante que se um usuário não estiver logado em sua conta Google, Gmail ou Picasa, a empresa não terá como reconhecê-lo e não poderá associar as buscas com a sua identidade. O Google sempre funcionou assim e continuará funcionando, segundo ele.
(Sharon Gaudin)
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